Andrade vai assumir a Secretaria de Gestão e Governo Digital no governo de São Paulo, agora chefiado pelo bolsonarista Tarcísio de Freitas (Republicanos). A Petrobras confirmou que ele renunciou ao cargo de integrante do Conselho de Administração da companhia.
Por Redação - do Rio de Janeiro
Apenas algumas horas depois da indicação do senador eleito Jean Paul Prates (PT-RN) à Presidência da Petrobras, nesta quarta-feira, a estatal confirmou a renúncia do presidente Caio Paes de Andrade, último indicado pelo governo do agora ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para o cargo. O comando da empresa ficará interinamente com o diretor executivo de Desenvolvimento da Produção, João Henrique Ritterhaussen.
Andrade vai assumir a Secretaria de Gestão e Governo Digital no governo de São Paulo, agora chefiado pelo bolsonarista Tarcísio de Freitas (Republicanos). A Petrobras confirmou que ele renunciou ao cargo de integrante do Conselho de Administração da companhia.
Quarto indicado pelo governo Bolsonaro, Andrade assumiu o comando da empresa em junho de 2022. Ele tinha sido indicado no mês anterior, após mandato de apenas 40 dias do antecessor, José Mauro Ferreira Coelho. Roberto Castello Branco e Joaquim Silva e Luna, com mandatos de 2 anos e 1 ano, respectivamente, também ocuparam o cargo durante o governo Bolsonaro.
Mestrados
Sem experiência na área de petróleo e energia, Andrade é formado em comunicação social e atuava no então Ministério da Economia, que era chefiado pelo "superministro" Paulo Guedes. O perfil contrasta com o de Jean Paul Prates, indicado por Lula ao cargo.
Formado em direito e economia com mestrados em gestão ambiental e economia de energia, o senador nasceu no Rio de Janeiro, mas é radicado no Rio Grande do Norte. No Estado nordestino, foi secretário estadual de Energia e Assuntos Internacionais. Antes, passou no setor de regulação de petróleo, energia renovável, biocombustíveis e infraestrutura nos governos de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e do próprio Lula, em sua primeira passagem pelo Planalto.
O nome do senador, que fora anunciado pelo então presidente eleito em 30 de dezembro, foi formalizado pelo Ministério das Minas e Energia, na véspera. A documentação enviada pelo Ministério será analisada pela Casa Civil da Presidência antes de ser encaminhada à Petrobras. Antes de assumir o cargo, o senador terá sua indicação submetida a um processo interno de governança da estatal.
Ofício
No último domingo, dia da cerimônia de posse de Lula, Prates defendeu uma mudança na política de preços, que hoje segue o modelo de Preço de Paridade de Importação (PPI). Na prática, isso deixa o preço dos combustíveis ao consumidor atrelado às oscilações do dólar. Ele afirmou, porém, que eventuais mudanças serão realizadas "sem traumas" aos investidores da empresa.
Nesta manhã, a Petrobras recebeu ofício do Ministério das Minas e Energia informando que o senador Jean Paul Prates está indicado para exercer o cargo de presidente e de membro do Conselho de Administração da companhia.
Segundo a empresa, a indicação será submetida ao processo de governança interna, seguindo a Política de Indicação de Membros da Alta Administração, para a análise dos requisitos legais e de gestão e integridade e posterior manifestação do Comitê de Elegibilidade. Fatos julgados relevantes serão posteriormente divulgados ao mercado.