O presidente da Anatel, Carlos Baigorri, defendeu que as plataformas digitais e redes sociais passem a usar CPF para verificar perfis. O intuito, segundo o executivo, é o de facilitar a identificação e responsabilização de quem utiliza essas ferramentas para cometer crimes.
Por Redação, com Canaltech – de Brasília
App de namoro para o público LGBTQIAP+, o Hornet anunciou que vai reforçar seus processos de segurança após a morte de um jovem em São Paulo, que usou o app para se encontrar com outra pessoa e acabou baleado. A plataforma afirmou ao portal Canaltech que revê com urgência as medidas para proteger seus usuários e impedir que situações similares voltem a ocorrer.
Hornet vai rever sua segurança
A desenvolvedora do aplicativo diz que “lamenta profundamente” o ocorrido e afirmou que coopera “plenamente” com a polícia nas investigações. Na resposta à solicitação do Canaltech, o diretor de operações do Hornet, Gerry Monaghan, disse que a companhia sabe de sua responsabilidade.
“O Hornet revisa continuamente seus processos e procedimentos de segurança e continuaremos a fazê-lo”, destaca Monaghan. “À luz deste caso recente [da morte do usuário brasileiro], estamos revisando tudo com grande urgência”, complementa. Além disso, Monaghan apontou que a companhia prioriza a proteção de sua comunidade.
– O Hornet sempre colocou a segurança de seus usuários em primeiro lugar em tudo o que fazemos. Levamos a responsabilidade sobre esse assunto extremamente a sério – apontou o executivo. “Nossa filosofia sempre foi a de criar um espaço no qual homens GBTQIAP+ possam fazer conexões significativas em um ambiente seguro e amigável. Na verdade, em 2022, o Hornet publicou o seu Compromisso com a Segurança em um documento oficial em nossa página”, conclui.
Questionado sobre quais seriam essas medidas para aprimorar a proteção dos usuários, a plataforma não quis entrar em detalhes.
Entenda o caso
Horas depois de marcar um encontro pelo Hornet na Zona Sul de São Paulo, Leonardo Rodrigues Nunes de 24 anos foi achado baleado no bairro Vila Natália. Mesmo socorrido ainda vivo, o jovem não resistiu ao ferimento e faleceu. No X (antigo Twitter), uma amiga da vítima postou sobre o aplicativo e sugeriu para as pessoas não o usarem.
“Inclusive esse app gay (usado por Leonardo no encontro) foi o Hornet, então por favor, parem de usar essa merda, no mínimo”, destaca a publicação.
Verificação de perfil
No site do Hornet, é possível conferir como o sistema de verificação da plataforma funciona: ao solicitar o selo, que atualmente tem como taxa o valor de R$ 4,90, a pessoa precisa tirar uma selfie para que a equipe da companhia compare com a foto de perfil do usuário.
A empresa também diz que usa tecnologia de inteligência artificial para garantir que o perfil criado é real e não um meio para golpes. Além disso, há um sistema que permite aos inscritos fazer denúncias analisadas por humanos.
Falando em selo de verificado, o presidente da Anatel, Carlos Baigorri, defendeu que as plataformas digitais e redes sociais passem a usar CPF para verificar perfis. O intuito, segundo o executivo, é o de facilitar a identificação e responsabilização de quem utiliza essas ferramentas para cometer crimes.