O resultado mensal ficou aquém da expectativa em pesquisa da agência inglesa de notícias Reuters de estabilidade. Na comparação com mesmo mês do ano anterior, houve aumento de 2%, segundo o IBGE, contra projeção de ganho de 3,5%.
Por Redação, com Reuters – do Rio de Janeiro
O setor de varejo do Brasil registrou em 2024 crescimento de 4,7% maior crescimento das vendas em 12 anos, com alta 4,7%. Foi o oitavo ano de expansão e o maior desde 2012, quando registrou alta de 8,4% – há 12 anos. Em dezembro, as vendas varejistas tiveram queda de 0,1% na comparação com o mês anterior, segundo dados divulgados nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado mensal ficou aquém da expectativa em pesquisa da agência inglesa de notícias Reuters de estabilidade. Na comparação com mesmo mês do ano anterior, houve aumento de 2%, segundo o IBGE, contra projeção de ganho de 3,5%.
No último mês de 2024, cinco dos oito setores pesquisados no varejo restrito apresentaram retração de vendas em relação a novembro, sendo as mais intensas de Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-5,0%); Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (-3,3%); e Combustíveis e lubrificantes (-3,1%).
Aquecido
Apesar da retração, o varejo teve um ano de 2024 amplamente positivo, mostrando resiliência em meio a um mercado de trabalho aquecido, expansão do crédito e aumento da renda.
— É um número bastante expressivo — reparou o gerente da pesquisa, Cristiano Santos.
A alta anual se consolidou mesmo com o resultado de dezembro, que ficou 0,1% abaixo de novembro, movimento considerado pelo IBGE como estabilidade, ou seja, não é um recuo expressivo. Em comparação com dezembro de 2023, houve expansão de 2%.
Comportamento
A média móvel trimestral, isto é, o comportamento dos três últimos meses do ano, foi também de estabilidade (0%). O IBGE destacou que o resultado de dezembro coloca o comércio brasileiro 0,3% abaixo do ponto mais alto registrado em outubro de 2024.
— É uma estabilidade na alta — avalia Santos sobre o comportamento do comércio no fim do ano.
O analista do IBGE explica, ainda, que entre os fatores que impulsionaram o comércio em 2024 estão a expansão da massa de rendimento dos trabalhadores, o número de pessoas ocupadas e o crédito estável. A taxa de desemprego de 2024, de 6,6%, foi a menor da série histórica do IBGE.
Setores
Ao longo de 2024, oito das 11 atividades pesquisadas pelo IBGE apresentaram expansão, com destaque para artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria, grupo que subiu 14,2%. É a única que, assim como o conjunto do setor de comércio, acumula 8 anos seguidos de alta. Os subsetores de produtos farmacêuticos em si e o de perfumaria e cosméticos também cresceram.
Cristiano Santos destaca ainda que, desde 2004, quando começou a série histórica do setor farmacêutico, só houve queda nas vendas em 2016, ano em que todo comércio brasileiro fechou com taxa negativa.
As demais atividades com alta em 2024 foram veículos e motos, partes e peças (11,7%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (7,1%), material de construção (4,7%), hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (4,6%), móveis e eletrodomésticos (4,2%), tecidos, vestuário e calçados (2,8%) e equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (0,7%).