O chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, explicou que houve uma inversão nos fatores que mais impulsionaram o crédito. Depois de crescer 21,8% em 2020, o saldo de crédito na mão de pessoas jurídicas subiu 11,1% em 2021, uma perda de força explicada pelo grande volume de programas de crédito durante a pandemia.
Por Redação - de São Paulo
O estoque de crédito no Brasil subiu 16,5% em 2021 na comparação com o ano anterior, puxado por maior endividamento das famílias mesmo diante da elevação significativa nas taxas de juros cobradas pelos bancos, divulgou o Banco Central nesta sexta-feira. O saldo total de crédito subiu 1,9% em dezembro sobre novembro, fechando o ano em 4,684 trilhões de reais, o que corresponde a 54,0% do Produto Interno Bruto (PIB).
O chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, explicou que houve uma inversão nos fatores que mais impulsionaram o crédito. Depois de crescer 21,8% em 2020, o saldo de crédito na mão de pessoas jurídicas subiu 11,1% em 2021, uma perda de força explicada pelo grande volume de programas de crédito para estimular empresas no primeiro ano da pandemia. O saldo das pessoas físicas, por sua vez, foi de uma alta de 11,2% em 2020 para elevação de 20,8% no ano passado.
Poder de compra
O movimento colaborou para um resultado recorde do endividamento das famílias, que fechou o ano em 51,2%, o maior patamar da série histórica iniciada em 2005. No acumulado do ano, a alta foi de 9,2 pontos percentuais nesse índice, que mede a relação entre o saldo da dívida e a renda familiar acumulada em 12 meses.
O maior endividamento é observado em um cenário de desemprego ainda elevado e de uma inflação alta que tem corroído o poder de compra das famílias.
A taxa média de juros cobrada pelas instituições financeiras, que vem acompanhando o aperto monetário promovido pelo Banco Central para controlar a inflação, encerrou 2021 em 33,9% –no fim de 2020, estava em 25,5% ao ano. O nível é o mais alto desde o início da pandemia, ficando abaixo do patamar observado em fevereiro de 2020, de 34,1% ao ano.