Em 2018, a seleção alemã já acumula uma sequência histórica de derrotas. Mas o que se viu em campo contra França dá um alento à torcida: com nomes como Sané, Gnabry e Werner, a prometida reformulação dá o primeiro sinal.
Por Redação, com DW - de Berlim
Semanas após o retumbante fracasso da seleção alemã na Copa do Mundo, o técnico Joachim Löw veio a público e, apoiado pela cartolagem da Federação Alemã de Futebol, anunciou durante coletiva de imprensa seus planos para o futuro. A nova palavra de ordem: reconstrução. De reconstrução os alemães entendem muito. Basta lembrar as cidades devastadas pelos bombardeios aéreos durante a guerra para se ter uma ideia do trabalho que a população teria pela frente para reerguer o país dos escombros. Quando Löw se utilizou do termo "reconstrução", para muitos torcedores da velha guarda vieram lembranças do pós-guerra à memória. Imaginavam que poderia ser a chance de haver um novo começo, a começar pela própria comissão técnica e também pela renovação do elenco nas futuras convocações. Mas, o que se viu nas semanas subsequentes ao pomposo anúncio dos planos de reconstrução, na realidade foi mais do mesmo. Em setembro, no primeiro jogo oficial da nova temporada contra a França pela Liga das Nações, Löw deu uma requentada em velhas receitas utilizadas durante a Copa do Mundo no Brasil, e seu time jogou para o gasto. Detalhe: da equipe que naufragou diante da Coreia do Sul, sete (!) estiveram em campo contra a atual campeã mundial. Menos mal para os alemães que a partida terminou empatada em 0 x 0. O resultado parecia ser um bálsamo para o ânimo dos torcedores e dos próprios jogadores depois das feridas abertas e ainda não totalmente cicatrizadas na Rússia. Só que um mês depois veio o jogo com a jovem e renovada seleção da Holanda que, além de quebrar um tabu de 16 anos, infringiu à Alemanha a pior derrota desde 2006, quando, num amistoso, perdeu para a Itália por 4 a 1. Em Amsterdã, a atrevida seleção "Orange" venceu por 3 a 0. Os holandeses, comandados pelo técnico Ronald Koeman, levaram nítida vantagem sobre os alemães, especialmente no quesito transição defesa/ataque por conta da alta velocidade do seu trio ofensivo composto por Depay, Babel e Wijnaldum. Era um contra-ataque atrás do outro, dois dos quais resultaram em gol. A lenta defesa alemã, composta por Hummels e Boateng, não deu conta do ritmo ditado pela molecada "laranja". Detalhe: mais uma vez a seleção alemã entrou em campo com sete jogadores que estiveram em ação na malfadada partida contra a Coreia do Sul. Só na metade do segundo tempo Löw colocou em campo a jovem guarda (Sané e Brandt). Estes dois, entretanto, também não renderam o que se esperava. Lembra aquele ditado: não se costura remendo de pano novo em vestido velho. Da palavra mágica "reconstrução", nem sombra. Pela primeira vez em sua gloriosa história a Alemanha não marcou um golzinho sequer em três jogos oficiais consecutivos e, em 2018, já acumula cinco derrotas no ano, algo que não acontece desde 1985.