"Queremos que cada laureado seja aceito por ter feito a mais importante descoberta e não por causa de gênero ou etnicidade", diz secretário da Academia de Ciências da Suécia. Só 59 mulheres receberam o Nobel desde 1901.
Por Redação, com DW - de Oslo
O secretário-geral da Academia Real de Ciências da Suécia, Göran Hansson, descartou a ideia de criar cotas para o Prêmio Nobel, em declarações na segunda-feira à agência de notícias AFP. Hansson reconheceu que há poucas mulheres entre os premiados, mas disse que os prêmios devem ir para quem a academia considerar mais merecedor da distinção. – Decidimos que não teremos cotas para gênero ou etnicidade. Queremos que cada laureado seja aceito por ter feito a mais importante descoberta e não por causa de gênero ou etnicidade. E isso está em linha com o espírito do testamento de Alfred Nobel – declarou Hansson. – Discutimos essa questão. Mas aí, tememos, vão dizer que os laureados ganharam o prêmio por serem mulheres e não porque são os melhores. Hoje não há dúvidas de que cientistas como Emmanuelle Charpentier e Esther Duflo ganharam o prêmio porque deram as contribuições mais importantes. Hansson ainda argumentou que as mulheres são apenas 10% dos professores em ciências naturais na Europa Ocidental e na América do Norte e que avaliações para o Prêmio Nobel levam tempo. Ele afirmou, porém, que a Academia Real de Ciências da Suécia quer ter certeza de que "todas as mulheres que merecem (receber o Nobel) tenham uma chance de serem consideradas para o Prêmio Nobel”. Hansson declarou que a instituição tem feito "esforços significativos" para encorajar nomeações de cientistas mulheres e que também tem debatido internamente, com sociólogos, questões como discriminação subconsciente. – No fim, vamos dar o prêmio para aqueles quem considerarmos os mais merecedores, aqueles que fizeram as contribuições mais significativas – declarou.