Lula fez um balanço preocupante da situação mundial, ao destacar o aumento de conflitos armados, os deslocamentos forçados, a fome e as desigualdades sociais. O presidente lembrou sua participação na primeira reunião de líderes do G20, em 2008.
Por Redação – do Rio de Janeiro
O mundo, hoje, está em uma situação pior do que no início dos anos 2000, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou ao seu primeiro mandato. Com esse tom sombrio o líder brasileiro abriu, nesta segunda-feira, a cúpula do G20, sobre as mazelas globais.
Lula fez um balanço preocupante da situação mundial, ao destacar o aumento de conflitos armados, os deslocamentos forçados, a fome e as desigualdades sociais. O presidente lembrou sua participação na primeira reunião de líderes do G20, em 2008, durante a crise financeira global, e fez um paralelo com a situação de hoje, no mundo.
— Estive na primeira reunião de líderes do G20 convocada em Washington no contexto da crise financeira, em 2008. Dezesseis anos depois, constato com tristeza que o mundo está pior. Temos o pior número de conflitos armados desde a Segunda Guerra Mundial e a maior quantidade de deslocamentos forçados já registrada — pontuou.
Fome
O presidente destacou que os fenômenos climáticos extremos, as desigualdades sociais, raciais e de gênero e os efeitos devastadores da pandemia de covid-19 aprofundaram as crises globais. Lula ressaltou os números alarmantes da fome mundial, citando dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).
— Em 2024 convivemos com um contingente de 733 milhões de pessoas ainda subnutridas. É como se as populações do Brasil, México, Alemanha, Reino Unido, África do Sul e Canadá, somadas, estivessem passando fome — acrescentou.
Lula apontou também a contradição entre a produção global de alimentos e a quantidade de pessoas que ainda vivem em situação de insegurança alimentar.
— Em um mundo que produz quase 6 bilhões de toneladas de alimentos por ano, isso é inadmissível. Em um mundo cujos gastos militares chegam a US$ 2,4 trilhões, isso é inaceitável — resumiu.