Rio de Janeiro, 14 de Junho de 2025

Ex-comandante do Exército é chamado a depor, contra Bolsonaro

Freire Gomes revela detalhes de plano golpista de Bolsonaro e reafirma que o Exército não aceitaria ruptura institucional. Entenda os desdobramentos.

Domingo, 18 de Maio de 2025 às 15:21, por: CdB

Freire Gomes confirmou em seguida que o conteúdo da minuta de decreto apresentada foi exposto nas referidas reuniões e ressaltou ter evidenciado a Bolsonaro e ao ministro da Defesa (general Paulo Sérgio Nogueira) que “o Exército não aceitaria qualquer ato de ruptura institucional”.

Por Redação – de Brasília

Tem início na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), a partir desta segunda-feira, a tomada de depoimentos das testemunhas sobre o golpe de Estado fracassado no 8 de Janeiro, liderado pelo ex-mandatário neofascista Jair Bolsonaro (PL), conforme denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) aceita pela Suprema Corte.

Ex-comandante do Exército é chamado a depor, contra Bolsonaro | Comandante do Exército, general Freire Gomes ameaçou de prisão o então presidente Bolsonaro
Comandante do Exército, general Freire Gomes ameaçou de prisão o então presidente Bolsonaro

O ex-comandante do Exército general Marco Antônio Freire Gomes será uma das primeiras testemunhas de acusação a serem ouvidas, entre outras apontadas pela PGR. O militar confirmou à Polícia Federal (PF) que Bolsonaro o convocou para uma reunião no Palácio da Alvorada, em dezembro de 2022, quando apresentou aos chefes militares o documento que ficou conhecido como minuta golpista, que previa a intervenção no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) após as eleições.

Freire Gomes confirmou em seguida que o conteúdo da minuta de decreto apresentada foi exposto nas referidas reuniões e ressaltou ter evidenciado a Bolsonaro e ao ministro da Defesa (general Paulo Sérgio Nogueira) que “o Exército não aceitaria qualquer ato de ruptura institucional”, segundo o depoimento anterior.

 

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Proposta

O ex-chefe do Exército afirmou à Polícia Federal que o documento apresentado por Bolsonaro tinha conteúdo idêntico à minuta de decreto encontrada na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres —também réu pela trama golpista. O general relata, ainda, que o chefe da Marinha, almirante Almir Garnier Santos, teria concordado com a proposta de ruptura democrática apresentada pelo ex-presidente.

O militar do exército e o então comandante da Aeronáutica, brigadeiro Baptista Júnior, afirmaram “de forma contundente” suas posições contrárias ao conteúdo exposto, confirmaram os investigadores. Ambos foram objetivos ao informar aos golpistas que não haveria suporte jurídico algum “para tomar qualquer atitude” e, pelo que se recorda, “o almirante Garnier teria se colocado à disposição do presidente da República”, depôs o militar.

O comandante do Exército, à certa altura dos acontecimentos, teria alertado Bolsonaro que, se insistisse na apresentação dos planos golpistas, receberia “uma ordem de prisão”. Freire Gomes e o ex-chefe da Aeronáutica são testemunhas do círculo militar que admitiram ter conhecimento das conspirações no Palácio da Alvorada, no fim de 2022.

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