Kiev

Moscou reagiu à decisão de Washington de aumentar o armamento ucraniano, argumentando que isso leva a uma maior escalada do conflito.  Como afirmou o ministro da Defesa russo, Serguei Shoigu, “os EUA e seus aliados estão tentando prolongar o conflito o máximo possível”.

Os bombardeios seguem acontecendo nas cidades ucranianas de Bakhmut e Kramatorsk, localizadas no epicentro dos combates no leste, embora a intensidade de artilharia tenha sido menor do que nos dias anteriores.

Os bombardeios contra plantas energéticas e infraestruturas civis do tipo estão sendo realizados de maneira sistêmica pela Rússia há meses e visam deixar a população sem ter como se aquecer durante o rigoroso inverno que se inicia daqui dois dias.

O clima frio está aumentando gradualmente a necessidade de energia elétrica por parte dos consumidores, mesmo com os trabalhadores correndo para consertar instalações de energia destruídas, disse a operadora de rede Ukrenergo.

Vitali Klitschko acusa Rússia de fazer de tudo para deixar capital da Ucrânia sem eletricidade, aquecimento e gás no próximo inverno europeu. Moscou intensificou bombardeios à infraestrutura civil do país.

Nos áudios, Berlusconi acusa Zelensky de ter bombardeado a área do Donbass e feito com que Putin atacasse o país vizinho e diz que retomou as relações com o mandatário russo por conta de seu aniversário, tendo recebido 20 garrafas de vodca e uma carta "muito doce".

Ao menos três morrem após capital da Ucrânia ser atingida por 28 aviões não tripulados, segundo prefeito. Bombardeios russos deixam centenas de cidades sem luz em todo o país.

Os desentendimentos entre autoridades russas e ucranianas têm se intensificado após a explosão, no dia 8, de uma ponte rodoviária e ferroviária que liga Rússia e Crimeia, território que foi anexado pelos russos em 2014.

Autoridades ucranianas afirmam que ataques deixaram vários mortos e feridos em diversas cidades. Mísseis podem ser reação da Rússia por explosão na ponte da Crimeia.

Separatistas culparam Kiev pela onda de assassinatos, uma suposta explosão de bomba, um ataque de míssil e um duplo assassinato, e disseram que a Ucrânia está travando uma campanha de terrorismo e "crimes sangrentos".

Em sua passagem pelo município, o presidente denunciou a existência de "cenas de tortura" promovidas pela Rússia, assim como já ocorrera em Bucha, nos arredores de Kiev e ocupada pelos invasores durante o mês de março.

"Hoje, 11 de setembro de 2022, às 3h41 [hora local], a unidade 6 da ZNPP foi desconectada da rede elétrica. Estão em andamento os preparativos para o resfriamento e a transferência para o estado frio do local", diz uma nota oficial da agência nuclear ucraniana Energoatom.

A missão foi alcançada após um acordo com a Rússia, que controla militarmente o local desde o início de março. Já as operações de rotina e controle para o funcionamento da maior usina do tipo na Europa continua sendo feita por ucranianos.

Nos últimos dias, o governo da Ucrânia alertou para um possível recrudescimento dos bombardeios russos em função do Dia da Independência, o que fez a prefeitura de Kiev proibir aglomerações públicas até 25 de agosto.

A medida chega após o presidente Volodymyr Zelensky ter alertado para possíveis ações da Rússia por conta da festa pela independência ucraniana, celebrada no próximo dia 24, data que também marcará os seis meses da atual invasão.

Segundo o parlamentar ucraniano, Oleksiy Gancharenko, pelo menos 14 mísseis foram lançados por volta das 6h30 (horário local), atingindo prédios residenciais do centro da cidade. Ao menos quatro explosões foram registradas no local, e outras duas foram ouvidas na periferia do sul de Kiev.

"Vocês têm o mundo do seu lado. Tudo isso precisa ser visto e conhecido. Aqui é um lugar de destruição, mas também de esperança. Muito do que me falaram diz respeito ao futuro e à reconstrução" disse o premiê italiano Mario Draghi para autoridades locais, em frente a prédios bombardeados no município.

Os mísseis foram lançados de um bombardeiro estratégico Tu-95 sobrevoando o Mar Cáspio. Um deles foi abatido pelas forças ucranianas, acrescenta o comunicado. O Tu-95 é um avião quadrimotor de fabricação soviética, desenvolvido na década de 1950 por Tupolev e projetado para realizar missões de dissuasão e ataques nucleares.

O mandatário russo destacou a questão "do caráter perigoso das entregas contínuas de armas ocidentais à Ucrânia, avisando sobre os riscos de posterior desestabilização da situação e agravamento da crise humanitária", de acordo com o Kremlin.

No fim de abril, o núncio apostólico do Vaticano na Ucrânia, Visvaldas Kulbokas, já havia dito que seria "muito difícil" organizar uma viagem do papa a Kiev, e o próprio pontífice disse que só faria a visita se isso contribuísse de forma concreta para a paz.