Um gol nos acréscimos de Raheem Sterling provocou uma comemoração empolgada no estádio Etihad e levou o técnico do City, Pep Guardiola, a correr em disparada pela lateral do campo, pulando e dando socos o ar.
Por Redação, com Reuters - de Londres
Existem golaços, gols de sorte, gols contra, gols decisivos e agora, na era do sistema de árbitro de vídeo (VAR), o “gol provisório”. Até agora, nenhum jogo ilustrou a nova situação melhor do que a partida extraordinária entre Manchester City e Tottenham Hotspur pelas quartas de final da Liga dos Campeões, na quarta-feira. Um gol nos acréscimos de Raheem Sterling provocou uma comemoração empolgada no estádio Etihad e levou o técnico do City, Pep Guardiola, a correr em disparada pela lateral do campo, pulando e dando socos o ar. O City achou que estava nas semifinais da principal competição de clubes do mundo e que seu sonho de conquistar quatro títulos na temporada ainda estava vivo. Mas quando o árbitro turco Cuneyt Cakir assinalou que o gol foi anulado depois de consultar o VAR, Guardiola caiu de joelhos, com as mãos na cabeça, e entrou em desespero. Os jogadores do Tottenham, que momentos antes também estavam de joelhos, reconhecendo com desânimo sua eliminação do torneio, ressuscitaram de repente ao se darem conta de que eles, e não o City, enfrentarão o Ajax Amsterdã na próxima etapa. O novo sistema funcionou, fazendo o que foi adotado para fazer. – O VAR estava 100 por cento correto em sua tomada de decisão. Todos acharam que foi gol, a mudança de emoções em uma fração de segundo foi incrível de se ver – disse Gary Mabbutt, ex-capitão do Tottenham. Ao invés de debates televisivos questionando como Sergio Aguero estava impedido antes de cruzar para Sterling marcar o gol ou o treinador do Spurs, Mauricio Pochettino, tentando segurar a língua enquanto lamentava tamanha injustiça, o VAR garantiu que a decisão certa fosse tomada. Torcedores transtornados do City que não viram o replay se voltaram a jornalistas na cabine de imprensa para perguntar se a marcação foi correta. Sim, ouviram, Aguero estava mesmo impedido. Fim da história. Nada de amargura, nada de campanha de ódio contra o árbitro, nada de sensação de injustiça que já dura décadas. Mas qualquer situação em que um impedimento, um toque de mão, um empurrão na pequena área pode ser um fator, e os torcedores esperarão para ver se o temido sinal de TV do árbitro é exibido para terem certeza. Agora estamos na era do gol provisório. Pochettino é um dos poucos técnicos que questionaram se a tecnologia é um risco para o espírito do esporte, e merece crédito por ainda manter certo grau de ceticismo mesmo depois de seu time ser beneficiado pelo VAR. Até agora, os indícios mostram que a tecnologia diminuirá o número de gols injustos, ajudará a acertar mais decisões e injetará seu próprio drama no jogo, mas será fascinante ver como torcedores, jogadores e técnicos reagem aos gols.