Rio de Janeiro, 21 de Novembro de 2024

VAR inaugura a era do 'gol provisório' no futebol

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Quinta, 18 de Abril de 2019 às 09:45, por: CdB

Um gol nos acréscimos de Raheem Sterling provocou uma comemoração empolgada no estádio Etihad e levou o técnico do City, Pep Guardiola, a correr em disparada pela lateral do campo, pulando e dando socos o ar.

Por Redação, com Reuters - de Londres

Existem golaços, gols de sorte, gols contra, gols decisivos e agora, na era do sistema de árbitro de vídeo (VAR), o “gol provisório”.
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Telão do Etihad Stadium informa anulação de gol por impedimento por decisão do VAR em jogo City x Tottenham
Até agora, nenhum jogo ilustrou a nova situação melhor do que a partida extraordinária entre Manchester City e Tottenham Hotspur pelas quartas de final da Liga dos Campeões, na quarta-feira. Um gol nos acréscimos de Raheem Sterling provocou uma comemoração empolgada no estádio Etihad e levou o técnico do City, Pep Guardiola, a correr em disparada pela lateral do campo, pulando e dando socos o ar. O City achou que estava nas semifinais da principal competição de clubes do mundo e que seu sonho de conquistar quatro títulos na temporada ainda estava vivo. Mas quando o árbitro turco Cuneyt Cakir assinalou que o gol foi anulado depois de consultar o VAR, Guardiola caiu de joelhos, com as mãos na cabeça, e entrou em desespero. Os jogadores do Tottenham, que momentos antes também estavam de joelhos, reconhecendo com desânimo sua eliminação do torneio, ressuscitaram de repente ao se darem conta de que eles, e não o City, enfrentarão o Ajax Amsterdã na próxima etapa. O novo sistema funcionou, fazendo o que foi adotado para fazer. – O VAR estava 100 por cento correto em sua tomada de decisão. Todos acharam que foi gol, a mudança de emoções em uma fração de segundo foi incrível de se ver – disse Gary Mabbutt, ex-capitão do Tottenham. Ao invés de debates televisivos questionando como Sergio Aguero estava impedido antes de cruzar para Sterling marcar o gol ou o treinador do Spurs, Mauricio Pochettino, tentando segurar a língua enquanto lamentava tamanha injustiça, o VAR garantiu que a decisão certa fosse tomada. Torcedores transtornados do City que não viram o replay se voltaram a jornalistas na cabine de imprensa para perguntar se a marcação foi correta. Sim, ouviram, Aguero estava mesmo impedido. Fim da história. Nada de amargura, nada de campanha de ódio contra o árbitro, nada de sensação de injustiça que já dura décadas. Mas qualquer situação em que um impedimento, um toque de mão, um empurrão na pequena área pode ser um fator, e os torcedores esperarão para ver se o temido sinal de TV do árbitro é exibido para terem certeza. Agora estamos na era do gol provisório. Pochettino é um dos poucos técnicos que questionaram se a tecnologia é um risco para o espírito do esporte, e merece crédito por ainda manter certo grau de ceticismo mesmo depois de seu time ser beneficiado pelo VAR. Até agora, os indícios mostram que a tecnologia diminuirá o número de gols injustos, ajudará a acertar mais decisões e injetará seu próprio drama no jogo, mas será fascinante ver como torcedores, jogadores e técnicos reagem aos gols.

Liga dos Campeões

O Tottenham Hotspur avançou às semifinais da Liga dos Campeões da Europa pelo critério de gols fora de casa, após perder por 4 a 3 para o Manchester City (no agregado, 4 a 4) nesta quarta-feira, como visitante, em jogo de tirar o fôlego pela rodada de volta das quartas de final do torneio. Os Spurs, que venceram a primeira partida por 1 a 0, enfrentarão o Ajax por um lugar na decisão, contra Liverpool ou Barcelona. Em um final de jogo dramático, o City teve um gol de Raheem Sterling, que teria classificado o time, anulado nos acréscimos do segundo tempo, após o árbitro de vídeo (VAR) confirmar que Sergio Agüero estava impedido na construção da jogada. O City havia largado na frente logo aos quatro minutos do primeiro tempo, em belo chute com curva de Sterling, mas os Spurs reagiram rápido e viraram o jogo com dois gols de Son Heung-min, o segundo deles, em uma finalização magnífica. O começo de partida alucinante continuou quando Bernardo Silva voltou a empatar para os donos da casa aos 11 minutos, em um chute desviado, e quando Sterling, aos 21, marcou seu segundo tento e colocou o City na liderança novamente. Um chute forte de Agüero, aos 14 minutos da etapa final, deu ao City o gol necessário para a classificação, mas o time foi surpreendido outra vez aos 28, quando Fernando Llorente, que havia saído do banco de reservas, completou escanteio de Kieran Trippier e restaurou a vantagem do clube londrino por conta dos gols marcados como visitante.
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