Rio de Janeiro, 20 de Março de 2025

UAW celebra acordo histórico com montadoras norte-americanas

A greve durou quase sete semanas e gerou um prejuízo aproximado de US$ 4,2 bilhões às empresas. Sob nova direção, o UAW reverteu uma maré de derrotas que vinha desde o fim dos ano 1970, garantindo uma primeira grande vitória aos trabalhadores em décadas.

Sexta, 03 de Novembro de 2023 às 19:27, por: CdB

A greve durou quase sete semanas e gerou um prejuízo aproximado de US$ 4,2 bilhões às empresas. Sob nova direção, o UAW reverteu uma maré de derrotas que vinha desde o fim dos ano 1970, garantindo uma primeira grande vitória aos trabalhadores em décadas.


Por Redação, com BdF - de Detroit (MI-EUA)

O United Auto Workers (UAW), sindicato que representa os trabalhadores do setor automobilístico nos Estados Unidos, fechou nesta sexta-feira, um acordo histórico com as chamadas ‘big three’, as três grandes montadoras de Detroit: GM, Ford e Stellantis (fabricante de carros Jeep, Chrysler e outros). O acordo é tão decisivo quanto a greve que o precedeu, e já está afetando positivamente até mesmo trabalhadores não sindicalizados de outras montadoras.

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Presidente do UAW, o poderoso sindicado das montadoras norte-americanas, Shawn Fain comemora a vitória nas negociações


A greve durou quase sete semanas e gerou um prejuízo aproximado de US$ 4,2 bilhões às empresas. Sob nova direção, o UAW reverteu uma maré de derrotas que vinha desde o fim dos ano 1970, garantindo uma primeira grande vitória aos trabalhadores em décadas.

 

Contrato


O novo contrato contará com um aumento salarial imediato de 11% e um aumento de 25% até abril de 2028. Os salários reais, porém, devem ir além, pois o acordo também garante recuperação de poder de compra em relação à inflação, atingindo um aumento de 33% ao final do contrato. Já o salário inicial dos novos trabalhadores vai ter um reajuste de 70%.

A vitória incontestável dos trabalhadores está sendo tratada pela mídia como uma virada de chave histórica, que coloca os sindicatos novamente na ofensiva em todo o país. A greve do UAW deve servir como inspiração para outros trabalhadores exigirem melhora na qualidade de vida.

A Toyota, que não conta com trabalhadores sindicalizados, anunciou na quarta-feira um aumento salarial de aproximadamente 9% para seus funcionários. A Honda, que também não possui força de trabalho sindicalizada, deve anunciar aumentos em breve.

 

Impacto


As respostas das outras montadoras acontecem após Shawn Fain, o presidente recém-eleito do UAW, anunciar após a vitória, que o objetivo do sindicato seria organizar trabalhadores das grandes montadoras que não são sindicalizados, como Toyota, Honda e Tesla.

Na quinta-feira, em uma transmissão ao vivo pela internet sobre as vitórias alcançadas no contrato com a Stellantis, Fain deu o tom da conversa com os patrões.

— A Toyota não está dando aumentos pela bondade do seu coração. A Toyota é a maior e mais lucrativa empresa automobilística do mundo. Eles poderiam, simplesmente, ter aumentado salários há um mês, ou há um ano. Eles aumentaram agora porque a empresa sabe que estamos indo atrás deles — avisou.

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