A receita para o período ficou em US$ 1,2 bilhão (alta de 16% no ano a ano), contra o US$ 1,23 bilhão esperado por analistas. Já o lucro por ação ficou em US$ 0,61, fazendo o lucro líquido fechar nos já mencionados US$ 513 milhões.
Por Redação, com Tecnoblog - de São Francisco
O Twitter revelou, na manhã desta quinta-feira, os seus resultados financeiros referentes ao primeiro trimestre de 2022. A divulgação, que vem na esteira do anúncio de compra da companhia por Elon Musk, mostra um aumento de receita e lucro líquido de US$ 513 milhões. São números interessantes. Apesar disso, há um clima de insatisfação no ar.
A receita para o período ficou em US$ 1,2 bilhão (alta de 16% no ano a ano), contra o US$ 1,23 bilhão esperado por analistas. Já o lucro por ação ficou em US$ 0,61, fazendo o lucro líquido fechar nos já mencionados US$ 513 milhões.
Se eu fosse um investidor do Twitter e comparasse esses números com os do primeiro trimestre de 2021, ficaria feliz com eles. Naquele período, a companhia registrou receita de US$ 1,04 bilhão e lucro líquido de US$ 68 milhões.
Por que, então, os números recentes não são vistos com empolgação por analistas de mercado e atuais investidores? Basicamente, porque o ritmo de crescimento do Twitter está mais lento do que o esperado, principalmente na comparação com companhias como Google e Meta (Facebook).
Para você ter noção, meses atrás, o Twitter estabeleceu como meta chegar a uma receita de US$ 7,5 bilhões e a 315 milhões de usuários até o final de 2023. No último trimestre, a média de usuários ativos diários ficou em 229 milhões, um aumento de 16% na comparação ano a ano. Nesse ritmo, parece improvável que a rede social chegue ao objetivo no prazo esperado.
A compra do Twitter
A Forbes chamou a atenção para um detalhe que faz sentido. A de que o conselho de administração do Twitter deve ter levado em conta os números do primeiro trimestre de 2022 para concordar com a oferta de compra de Elon Musk. Isso antes de eles serem divulgados publicamente.
É como se os US$ 44 bilhões oferecidos pelo empresário tivessem sido vistos como a salvação para os números "mornos" que o Twitter vem apresentando.
Isso é interessante porque, se não fosse pela proposta de Musk, provavelmente o Twitter estaria enfrentando, agora, uma queda no preço de suas ações. Tem acontecido o contrário: só na manhã de hoje, houve um aumento de quase 2,5%. A tendência de elevação já era perceptível quando Elon Musk figurava "apenas" como o maior acionista do Twitter.
Não sei quanto a você, mas, quando a compra do Twitter por Musk foi anunciada, eu preferi esperar para ver no que vai dar. O motivo? O negócio pode levar meses para ser concretizado (e há chances de isso não ocorrer).
Mas, de modo geral, o assunto é deveras polêmico, o que é compreensível. De um lado estão os que entendem que Musk afrouxará as regras de moderação de conteúdo do Twitter em prol da "liberdade de expressão". Do outro estão os que temem que esse movimento dê abertura para postagens de ódio, discriminação e assim por diante.
A polêmica perdura entre usuários e até entre alguns funcionários. Mas, nos bastidores, é mais provável que os atuais acionistas estejam alheios a tudo isso. Certamente, eles estão mais preocupados sobre o que vão ganhar (financeiramente) com a mudança de mãos.
Poderíamos ter uma noção do que vem pela frente se os gestores do Twitter comentassem os resultados financeiros. Porém, em uma decisão rara e que tem como causa justamente a oferta de Musk, a companhia revelou que não irá realizar a conferência pós-divulgação.
Só nos resta ficar de olho nos próximos passos.