Nesta segunda-feira, a emissora, que confirmou o recebimento da carta, pediu “desculpas pelo erro de julgamento na edição do discurso de Trump em um documentário” em seus canais.
Por Redação, com ANSA – de Washington
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, enviou uma carta à TV estatal britânica, BBC, ameaçando processá-la pela edição de duas imagens suas em momentos distintos durante um discurso proferido pelo republicano em 2021.
O magnata acusa a BBC de adulterar as imagens exibidas em um documentário da série investigativa “Panorama”, de modo a dar “a impressão de que ele teria incitado, de modo explícito, o ataque ao Capitólio em 6 de janeiro do mesmo ano”, data em que apoiadores de Trump invadiram o local para protestar sobre uma suposta fraude eleitoral em 2020, quando o republicano perdeu o pleito para o democrata Joe Biden.
No domingo, o líder de Washington chamou os envolvidos de “jornalistas corruptos”, acrescentando que “são pessoas muito desonestas que tentaram interferir no resultado de uma eleição presidencial”.
Já nesta segunda-feira, a emissora, que confirmou o recebimento da carta, pediu “desculpas pelo erro de julgamento na edição do discurso de Trump em um documentário” em seus canais. O pedido foi feito em nome do presidente da BBC, Samir Shah.
Acusações de adulteração de imagens
A mídia também informou que ontem à noite, o diretor-geral, Tim Davie, e a chefe de redação, Deborah Turness, deixaram seus cargos em meio às acusações de adulteração de imagens do discurso do chefe de Estado americano.
Os dois jornalistas declararam que irão “assumir a responsabilidade” pelo caso.
Ao mesmo tempo, uma porta-voz do primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, ao ser questionada hoje sobre o incidente, respondeu que a “BBC é [uma mídia] forte e independente”, sendo “vital como antídoto na era da desinformação”.
No entanto, ela reconheceu a necessidade de “a BBC agir para manter a confiança pública” e “corrigir rapidamente os erros, quando ocorrerem”, visto que “a responsabilidade é um elemento vital de qualquer serviço público de radiodifusão”.
