Juízes da UE consideram que planos de cobrar taxa anual de motoristas que circulam por rodovias alemãs é ilegal por discriminar cidadãos de outros países europeus. Cobrança deveria entrar em vigor em 2020.
Por Redação, com DW - de Genebra
O Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE) decidiu nesta terça-feira que os planos da Alemanha de cobrar pedágio para carros de placa de outro país que circulam em rodovias alemãs violam leis do bloco ao discriminarem motoristas de outros Estados-membros. A decisão do tribunal, sediado em Luxemburgo, significa que a Alemanha vai ter que abandonar ou revisar seu planejado sistema de pedágio. A vizinha Áustria, apoiada pela Holanda, levou o caso ao TJUE sob o argumento de que a Alemanha estaria violando regras da União Europeia (UE) ao discriminar cidadãos de outros países do bloco. De acordo com os planos, aprovados pelo Legislativo, mas que deveriam entrar em vigor só em outubro de 2020, todos os usuários de rodovias do país deveriam pagar pedágio, mas motoristas alemães teriam o valor completamente ressarcido por meio de abatimentos de impostos sobre veículos. "A cobrança é discriminatória, pois o ônus econômico recai, de facto, somente sobre os proprietários e motoristas de veículos registrados em outros países-membros", afirmaram os juízes do TJUE. O tribunal também considerou que o pedágio violaria os princípios-chave da UE de livre circulação de mercadorias e a liberdade de fornecer serviços por aumentar os custos de transporte para fornecedores de fora da Alemanha, prejudicando a sua competitividade. Os juízes rejeitaram o argumento de Berlim de que o país passaria de um sistema baseado em impostos para financiar a infraestrutura rodoviária para um princípio de usuários e poluidores pagando, observando que os proprietários de carros registrados na Alemanha continuariam contribuindo com impostos. Segundo o tribunal, a Alemanha não conseguiu fornecer uma justificativa ambiental ou de outra natureza para a discriminação.