Rio de Janeiro, 09 de Junho de 2025

Trégua no Sudão fracassa em meio a confrontos violentos

Diante deste cenário, as Nações Unidas (ONU) alertaram para a crescente crise humanitária no país e para a necessidade de os dois lados em confronto cessarem as hostilidades.

Quinta, 04 de Maio de 2023 às 13:53, por: CdB

Diante deste cenário, as Nações Unidas (ONU) alertaram para a crescente crise humanitária no país e para a necessidade de os dois lados em confronto cessarem as hostilidades.


Por Redação, com RTP - de Cartum


No início da semana, o Exército do Sudão e as Forças de Apoio Rápido concordaram com um cessar-fogo de sete dias, que começaria nesta quinta-feira. Contudo, poucas horas após entrar em vigor, a trégua foi violada por confrontos violentos na capital Cartum.




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ONU alerta para crescente crise humanitária no país

Diante deste cenário, as Nações Unidas (ONU) alertaram para a crescente crise humanitária no país e para a necessidade de os dois lados em confronto cessarem as hostilidades, para garantir a retirada de civis e a chegada de ajuda humanitária no território.


"As nossas forças entraram hoje de madrugada em confronto com os rebeldes que tentaram atacar o comando da Região Militar do Norte de Cartum", afirmaram as Forças Armadas em comunicado, acrescentando que houve mortos e feridos nas fileiras das Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês).

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Em resposta aos ataques, o Exército avisou os cidadãos da capital para "se afastarem dos locais dos confrontos".


Segundo relatos de residentes da capital do Sudão, este foi o "combate mais pesado" desde o início das hostilidades. As testemunhas revelaram que ouviram fortes explosões no Palácio da República e no comando-geral do Exército, no centro de Cartum, além de combates nas ruas da área militar de Cartum Norte.


Já os paramilitares das RSF informaram, em comunicado, que o Exército sudanês violou a trégua humanitária ao atacar as suas "unidades e bairros residenciais com artilharia indiscriminada e bombardeios aéreos".


"As Forças de Apoio Rápido condenam as ações irresponsáveis dos líderes das forças golpistas e dos extremistas remanescentes do regime anterior ao violarem as tréguas humanitárias declaradas e ao atacarem as nossas forças", afirmaram os paramilitares em nota publicada na conta oficial da rede social Twitter.


Também foram palco de confrontos as cidades de Omdurman e Bahri, apesar de estar em vigor o cessar-fogo de 4 a 11 de maio. "Desde a noite de ontem e na manhã de hoje, há ataques aéreos e confrontos", disse Al-Sadiq Ahmed, um civil de Cartum.


"Estamos em estado de terror permanente porque os combates acontecem nos centros dos bairros residenciais. Não sabemos quando este pesadelo e o medo vão acabar".


O cessar-fogo acordado entre as partes tinha como objetivo permitir a entrada de ajuda no Sudão, e a retirada de estrangeiros e cidadãos que ainda se encontram no meio do fogo cruzado.


O Governo sul-sudanês indicou igualmente que os dois líderes beligerantes, o chefe do exército, Abdelfatah al Burhan, e o comandante das RSF, Mohamed Hamdan Dagalo, conhecido por "Hemedti", deveriam aproveitar esta semana para nomear os porta-vozes das delegações para as conversações de paz acordadas.



Crise humanitária


Segundo a ONU, cerca de 100 mil pessoas já se deslocaram para os países vizinhos devido ao conflito, que causou pelo menos 550 mortos, sendo o Chade e o Egito os países que acolheram mais sudaneses.


Na quarta-feira, as Nações Unidas pressionaram as forças militares e paramilitares em confronto para que garantissem a passagem de ajuda humanitária no Sudão, depois de seis caminhões terem sido assaltados e vandalizados.


O secretário-geral da ONU, António Guterres, apelou também à comunidade internacional para pressionar os generais em guerra a encerrarem o conflito. Em visita a Nairobi, no Quénia, Guterres repetiu que o país enfrenta uma catástrofe humanitária.


O responsável pela ajuda humanitária da ONU, Martin Griffiths, disse que pretende se reunir pessoalmente com ambos os lados em conflito dentro de dois a três dias garantir a entrada de caminhões de apoio humanitário.


– É importante para mim que nos encontremos fisicamente, cara a cara, para discutir isso, porque precisamos que seja um momento público e responsável – frisou.



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