Como o espaço funcionou por décadas com a produção de gases a partir de compostos químicos, todo o solo do terreno pode estar contaminado, sobretudo caso tenham havido vazamentos de tubulação durante o período de funcionamento.
Por Redação, com agências de notícias – do Rio de Janeiro
Anunciado na terça como parte de leilão organizado pela prefeitura do Rio, o espaço do antigo Gasômetro, em São Cristóvão, está cada dia mais próximo de se tornar o terreno do estádio do Flamengo, que já manifestou a pretensão de adquiri-lo. Apesar disso, um outro problema antigo envolvendo o terreno pode dificultar a construção da Arena Rubro-Negra no local: o nível de contaminação.
De acordo com pesquisas acadêmicas realizadas na região e com a colunista Berenice Seara, do portal Tempo Real RJ, o espaço, que funcionou como centro de armazenamento e distribuição de gases, nunca passou por uma descontaminação completa. Inativo desde 2005, o terreno chegou a receber projetos de tratamento, mas os trabalhos nunca foram atestados como concluídos.
Como o espaço funcionou por décadas com a produção de gases a partir de compostos químicos, todo o solo do terreno pode estar contaminado, sobretudo caso tenham havido vazamentos de tubulação durante o período de funcionamento. A situação atual das taxas de intoxicação que o terreno pode provocar não chegaram a ser pesquisadas recentemente.
Com isso, caso o Flamengo realmente adquira o terreno, o espaço precisaria passar por processos de tratamento extensivo antes da edificação de um estádio no espaço. O custo e o tempo necessário para descontaminar o terreno não foram divulgados, já que o tipo de tratamento depende do nível de contaminação, que ainda não foi avaliado.
Com 88,3 mil metros de extensão, o Terreno do Gasômetro estava sob responsabilidade de um fundo de investimentos administrado pela Caixa Econômica Federal. O clube chegou a negociar a compra do espaço com o banco, mas não chegou a um acordo. No último dia 24 de junho, a Prefeitura do Rio publicou um decreto de desapropriação do espaço, que deve ser submetido a leilão no próximo dia 31 de julho. O lance mínimo é de R$ 138,195 milhões.
Paes marca leilão para construção de estádio no Gasômetro
A prefeitura do Rio de Janeiro marcou para o dia 31 de julho, às 14h30, o leilão de venda do terreno do Gasômetro, na zona portuária da cidade. O edital prevê um lance mínimo de R$ 138,2 milhões e a obrigatoriedade de o vencedor construir uma arena esportiva no local.
O maior lance sairá vencedor da licitação, mas o clube de futebol Flamengo já demonstrou interesse em adquirir o terreno para construir seu estádio, e o próprio prefeito carioca, Eduardo Paes, disse que já estava trabalhando junto com o clube para construir o estádio no local.
– O estádio é importante para a revitalização daquela região da cidade. O Flamengo não vai fazer só um estádio. Ali vai ser um lugar de entretenimento. Vai ter um centro de convenções, já exigi isso do Flamengo. Tem um caminho a percorrer. Ainda não está tudo resolvido, mas estamos trabalhando. Vamos trabalhar junto com a direção do Flamengo – disse o prefeito, em um vídeo publicado em suas redes sociais, em junho.
O terreno do Gasômetro foi adquirido pela prefeitura em 2012 e, posteriormente, transferido para o Fundo de Investimento Imobiliário Porto Maravilha, gerido pela Caixa Econômica Federal.
No local, que está desativado desde 2005, funcionavam armazéns de gás manufaturado.
O vencedor
O vencedor do leilão deverá implantar no terreno um “equipamento esportivo com potencial de geração de fluxo mínimo” de 70 mil pessoas.
O projeto deverá ser acompanhado de um plano de mobilidade urbana que privilegie o uso do transporte coletivo e o acesso por pedestre nas imediações. Também deverá promover a integração urbana com o entorno, por meio da coexistência com estabelecimentos ao seu redor, como lojas, bares, restaurantes e museus.