O sismo, cujo epicentro se deu na província de Ishikawa, motivou avisos de tsunamis de cinco metros na região onde ficam os municípios de Ishikawa, Niigata e Toyama.
Por Redação, com agências internacionais - de Tóquio
Um terremoto que de magnitude de 7,5 atingiu o centro-norte do Japão às 16h10 (4h10 no horário de Brasília) desta segunda-feira, causando incêndios e destruição na costa oeste do país. Ainda não está claro se houve mortes — horas depois dos tremores, informações sobre possíveis vítimas ainda eram escassas.
O sismo, cujo epicentro se deu na província de Ishikawa, motivou avisos de tsunamis de cinco metros na região onde ficam os municípios de Ishikawa, Niigata e Toyama. O alerta foi depois atenuado, com o anúncio de expectativa de ondas de no máximo três metros após algumas delas chegarem a um metro e meio no porto de Wajima.
O porta-voz do governo japonês, Hayashi Yoshimasa, disse em um encontro de emergência com jornalistas que as autoridades ainda estavam verificando a extensão dos danos e pediu aos habitantes que se preparassem para possíveis terremotos adicionais. Ao longo do dia, moradores esvaziaram as áreas que podem ser afetadas.
Abrigo
Segundo a Agência Meteorológica do Japão, tremores secundários podem continuar acontecendo por até uma semana. Por isso, o primeiro-ministro Fumio Kishida rogou à população que permanecesse em alerta.
Países próximos também se mobilizaram para a chegada de possíveis ondas gigantescas. A agência de notícias russa Tass informou que o Ministério de Emergências do país retirou moradores de partes da costa oeste da ilha de Sacalina, no oceano Pacífico, que poderiam ser atingidas. Alertas também foram emitidos nas cidades de Vladivostok e de Nakhodka, no extremo leste do país.
Já a Coreia do Sul orientou moradores de sua costa leste a buscarem abrigo em regiões mais altas.
Sem energia
Imagens divulgadas pela mídia local mostraram um prédio desabando em uma nuvem de poeira na cidade costeira de Suzu e uma grande rachadura em uma estrada em Wajima. O terremoto também abalou prédios na capital, Tóquio, na costa oposta à do epicentro. Mais de 36 mil residências ficaram sem energia em Ishikawa e Toyama.
À imprensa, autoridades afirmaram que seis pessoas ficaram presas sob os escombros de prédios derrubados em Ishikawa, acrescentando que as Forças de Autodefesa do Japão seriam enviadas à região para ajudar no resgate.
Devido ao terremoto, os serviços ferroviários de alta velocidade para Ishikawa foram suspensos e as operadoras de telecomunicações Softbank e KDDI relataram interrupções nos serviços de telefone e internet na região.
Aeroportos
O tremor de terra também afetou o setor aéreo. A companhia ANA ordenou o retorno de aviões que se dirigiam aos aeroportos de Toyama e Ishikawa, enquanto a Japan Airlines cancelou a maioria de seus serviços para as regiões de Niigata e Ishikawa. Um dos aeroportos de Ishikawa foi fechado.
A Autoridade de Regulação Nuclear do Japão disse que a princípio não houve maiores problemas nas usinas nucleares localizadas próximas ao mar do Japão, incluindo cinco reatores ativos nas plantas de Ohi e Takahama, na província de Fukui.
Ainda de acordo com o órgão, a usina de Shika, em Ishikawa, localizada perto do epicentro do terremoto, tinha interrompido seus dois reatores para inspeção regular. Um incêndio causado pelos tremores chegou a atingir um transformador no local, mas foi extinto sem causar danos.
Templos
Outros focos de fogo foram identificados em Kanazawa, capital da província de Ishikawa, e em um complexo industrial na cidade de Joetsu, ao norte, mas também foram controlados.
O terremoto desta segunda ocorreu durante o feriado de 1º de janeiro, quando milhões de japoneses tradicionalmente visitam templos para marcar o ano novo. Em Kanazawa, um destino turístico popular em Ishikawa, imagens mostraram os restos de um torii, tradicional portão japonês, espalhados na entrada de um santuário enquanto fiéis observavam.