Em 2010, a prefeitura de Recife já havia feito a interdição do local por risco de desabamento. O local, no entanto, foi ocupado por grupos sem-teto. No momento do desabamento, três famílias residiam no prédio.
Por Redação, com Brasil de Fato - de Brasília
Subiu para 11 o número de mortos em decorrência do desabamento de um prédio residencial, no bairro do Janga, em Paulista, na Grande Recife, na manhã de sexta-feira. De acordo com Corpo de Bombeiros, quatro pessoas já foram resgatadas com vida dos escombros.
As imagens de segurança de residências em frente ao Conjunto Beira Mar mostram que o desmoronamento se deu por volta das 6h35. Durante o trabalho dos bombeiros, foram encontradas mortas nos destroços quatro pessoas do sexo masculino (de 16, 18, 21, 45 anos), dois meninos de 8 e 12 anos, uma menina de 5 anos e duas mulheres, de 43 e 19 anos. Os dois últimos corpos que foram encontradas não tiveram as idades confirmadas.
Foram encaminhados a hospitais três mulheres, sendo duas com 15 anos e uma com 65 anos, juntamente com um rapaz de 18 anos, todos eles resgatados com vida. Outras três pessoas, uma mulher e duas crianças, seguem desaparecidas.
Em 2010, a prefeitura de Recife já havia feito a interdição do local por risco de desabamento. O local, no entanto, foi ocupado por grupos sem-teto. No momento do desabamento, três famílias residiam no prédio.
Alertas de perigo
O prefeito de Paulista, Yves Ribeiro (MDB), destacou que os alertas de perigo de desmoronamento já haviam sido feitos há mais de 10 anos. Agora, a seguradora do espaço deve ser cobrada pelo ocorrido.
– A gente sabe de outras cidades que tiveram prédios que caíram e pessoas perderam a vida. É preciso que isso sirva de alerta a essa seguradora para tomar as providências (adequadas) para que outras pessoas não faleçam e outras cidades não passem pelo que Paulista está vivendo agora – disse em vídeo publicado em suas redes sociais.
Em nota enviada à imprensa, a prefeitura informou que a local concentra imóveis interditados, identificados como do tipo “caixão”. Esse modelo de edificação utilizam as próprias paredes como estrutura do prédio, sem o uso de vigas, por exemplo. Somente em Paulista, são cerca de 200 imóveis.
O município ainda afirmou que tratou do assunto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), durante a inauguração do Instituto Federal de Pernambuco. "Na ocasião, o prefeito Yves Ribeiro solicitou providências do Governo Federal, no sentido de encaminhar uma solução definitiva por parte da Caixa Econômica Federal e das seguradoras responsáveis pelos prédios. Foi proposta uma agenda com Lula para uma definição de solução para esse problema crônico", disse a prefeitura no comunicado.