Desde 1983, o local, originalmente chamado de Sítio Santo Antônio da Bica, é tombado pelo Inepac, que ajudou assim a manter as características arquitetônicas dos imóveis históricos do terreno, bem como a coleção de plantas e outras construções modernas feitas pelo paisagista, como seu ateliê.
Por Redação, com ACS - de Rio de Janeiro
Mais um bem cultural do Estado do Rio de Janeiro ganhou o título de Patrimônio Mundial concedido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). O Sítio Roberto Burle Marx, em Barra de Guaratiba, na Zona Oeste da capital, é o mais novo item brasileiro a constar na seleta lista de riquezas de inestimável valor para a humanidade. A decisão tomada pelo Comitê de Patrimônio da instituição, em sessão realizada na cidade de Fuzhou, na China, no último dia 27 de julho, coroa o esforço empreendido pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac), vinculado à Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, pela preservação do lugar concebido pelo célebre paisagista e artista plástico que lhe dá nome. - O reconhecimento pela Unesco do valor do Sítio Burle Marx é uma honra para o nosso Estado do Rio, que se destaca cada vez mais pela beleza das paisagens mas também pela contribuição das mãos humanas, que tornam nosso território ainda mais especial. Será mais um estímulo para a Cultura, a Educação, o Turismo e o desenvolvimento do Rio - disse secretária estadual de Cultura, Danielle Barros. Desde 1983, o local, originalmente chamado de Sítio Santo Antônio da Bica, é tombado pelo Inepac, que ajudou assim a manter as características arquitetônicas dos imóveis históricos do terreno, bem como a coleção de plantas e outras construções modernas feitas pelo paisagista, como seu ateliê. O tombamento provisório ocorreu a pedido do próprio Burle Marx, preocupado com uma possível descaracterização do espaço, e seu processo definitivo ocorreu em 1988. O terreno, atualmente com 405 mil metros quadrados, contém uma coleção botânica com cerca de 3,5 mil espécies tropicais e subtropicais, dando ao sítio um papel inestimável para a educação ambiental de cariocas, fluminenses e visitantes do mundo inteiro. Todo esse tesouro de enorme valor científico é entremeado por seis lagos, que embelezam ainda mais a paisagem. Conforme consta do documento que deu origem ao tombamento estadual, "o sítio é o resultado de uma generosa e linda obra de botânico e artista plástico, inseparável de uma longa luta pela paisagem brasileira e pela defesa de nossa identidade natural". Nas sete instalações do lugar, há mais de três mil itens que fazem parte do acervo museológico do Sítio, composto pela produção do próprio artista, e objetos colecionados ao longo de décadas, como arte pré-colombiana, arte popular brasileira, cristais, mobiliário, entre outros. Para a Unesco, trata-se de um conjunto único na categoria Paisagem Cultural, por conciliar o rico ambiente natural com a atividade humana.