Autoridades afirmam que somente peregrinos vacinados com pelo menos uma dose ou recuperados da covid-19 terão a permissão de realizar a peregrinação a Meca. Não está claro até quando a política ficará em vigor.
Por Redação, com DW - de Meca
As autoridades da Arábia Saudita afirmaram que apenas vacinados contra a covid-19 terão a permissão de realizar a "umrah", uma peregrinação menor a Meca que pode ser feita ao longo de todo o ano, a partir do início do jejum muçulmano do Ramadã, que neste ano começa em meados de abril.
As pessoas autorizadas serão aquelas que já receberam as duas doses da vacina contra a covid-19, uma dose pelo menos 14 dias antes da viagem e que se recuperaram da doença, explicaram as autoridades na segunda-feira.
Apenas essas pessoas terão permissão de realizar a "umrah", bem como assistir às orações na Grande Mesquita, na cidade sagrada de Meca. Essa condição também se aplica para a entrada na Mesquita do Profeta, na cidade sagrada de Medina.
As autoridades afirmaram que a política ainda será aplicada no Ramadã, que deve começar em 12 de abril, mas não está claro quanto tempo ficará em vigor. Também não ficou claro se a resolução, que ocorre em meio a um aumento nas infecções por coronavírus na Arábia Saudita, seria estendida ao "hajj", a peregrinação anual maior, no final deste ano.
O Ramadã costuma levar um grande fluxo de fiéis da Arábia Saudita e outros países muçulmanos a Meca. A Arábia Saudita já tinha suspendido em março do ano passado a "umrah", que atrai milhões de peregrinos que gastam o equivalente a R$ 36 bilhões, segundo estimativas da Câmara de Comércio de Meca.
Numa primeira fase, apenas 6 mil sauditas e residentes estrangeiros na Arábia Saudita receberam, por dia, a autorização para realizar a "umrah", que pode ser efetuada em qualquer época do ano, ao contrário do "hajj", que ocorre apenas uma vez por ano.
Arábia Saudita
No final de julho do ano passado, a Arábia Saudita sediou uma peregrinação "hajj" de tamanho reduzido, um dos cinco pilares do islã e uma obrigação para os muçulmanos adultos, desde que eles tenham condições financeiras e de saúde para cumpri-lo.
Apenas até 10 mil residentes muçulmanos da própria Arábia Saudita puderam participar, um número muito inferior aos 2,5 milhões de muçulmanos de todo o mundo que participaram em 2019. Não está claro ainda quantos peregrinos receberão autorização para participar do "hajj" neste ano.
A Arábia Saudita relatou mais de 393 mil infecções por coronavírus e 6,7 mil mortes por covid-19. O Ministério da Saúde do país afirmou que administrou mais de cinco milhões de doses de vacina contra o coronavírus, em um país com uma população de mais de 34 milhões de pessoas.