A trajetória parlamentar de Rubens Paiva revela uma atuação política de enfrentamento às forças reacionárias no país. Eleito deputado federal em 1962 pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), o mesmo do então presidente Jango, Paiva teve papel central na luta contra a articulação golpista que já se formava em 1963.
Por Redação, com BdF – de Brasília
O ex-deputado Rubens Paiva, assassinado pela ditadura militar brasileira (1964-1985), popularizou-se após o lançamento do filme ‘Ainda Estou Aqui’, com a direção de Walter Salles e protagonizado por Selton Mello e Fernanda Torres, na interpretação de sua mulher, Eunice Paiva.

Por sua atuação, Fernanda Torres foi premiada na categoria de ‘Melhor Atriz’ do ‘Globo de Ouro’, e o filme recebeu outras três indicações ao ‘Oscar’, na véspera. De ‘Melhor Atriz’ para Fernanda Torres; além de ‘Melhor Filme’ e ‘Melhor Filme Internacional’.
Denúncias
Anterior à trama exibida, no entanto, a trajetória parlamentar de Rubens Paiva revela uma atuação política de enfrentamento às forças reacionárias no país. Eleito deputado federal em 1962 pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), o mesmo do então presidente Jango, Paiva teve papel central na luta contra a articulação golpista que já se formava em 1963, ao assumir a Vice-presidência da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), instalada para apurar as denúncias contra as atividades de financiamento dos EUA a políticos conservadores, para derrubar o governo Goulart (1919-1976).
O financiamento foi intermediado por meio de duas organizações: Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (Ipes) e Instituto Brasileiro de Ação Democrática (Ibad). Ambas eram lideradas por militares, sob o comando do general Golbery do Couto e Silva (1911-1987)
“Centenas de candidatos haviam recebido vultosa ajuda financeira do Ibad em vários Estados”, lembrou o jornalista e escritor Jason Tércio, numa entrevista ao site de notícias Brasil de Fato (BdF), nesta sexta-feira.