Uma comissão de especialistas internacionais da Organização Mundial da Saúde (OMS) concluiu que é "muito provável" que o coronavírus Sars-CoV-2 tenha sido transmitido de morcegos para humanos por meio de um animal intermediário.
Por Redação, com ANSA - de Bruxelas Uma comissão de especialistas internacionais da Organização Mundial da Saúde (OMS) concluiu que é "muito provável" que o coronavírus Sars-CoV-2 tenha sido transmitido de morcegos para humanos por meio de um animal intermediário.O relatório ainda não foi publicado oficialmente, mas a agência AFP teve acesso ao documento e divulgou suas conclusões nesta segunda-feira. Na época da missão, os especialistas da OMS já haviam informado que todos os indícios apontavam para uma origem animal do novo coronavírus.
– O trabalho de campo não provocou nenhuma reviravolta nas convicções que já tínhamos antes de começar – disse o chefe da delegação, Peter Ben Embarek, em 9 de fevereiro.
Já segundo o relatório, é "possível" que o Sars-CoV-2 tenha sido transmitido para o ser humano diretamente por morcegos, porém a maior probabilidade é de que o salto de espécie tenha sido feito por meio de um animal intermediário.
"Apesar de vírus semelhantes terem sido encontrados em morcegos, a distância evolucionária entre esses vírus e o Sars-CoV-2 é estimada em várias décadas, sugerindo um elo perdido", diz o documento.
"O cenário que prevê um hospedeiro intermediário é considerado de provável a muito provável", acrescenta o relatório, que, no entanto, não conseguiu concluir qual animal teria sido o intermediário entre morcegos e humanos.
Alimentos congelados
Os especialistas também não descartaram a hipótese de transmissão via alimentos congelados, já que o vírus é capaz de sobreviver em temperaturas negativas - essa é a teoria ventilada pela China.
Quanto à hipótese de uma fuga do Instituto de Virologia de Wuhan, teoria promovida por negacionistas da pandemia, o relatório disse ser "extremamente improvável". Segundo os especialistas, não há registros de nenhum vírus semelhante ao Sars-CoV-2 em qualquer laboratório antes de dezembro de 2019.
Além disso, o documento ressaltou os altos índices de segurança no Instituto de Virologia de Wuhan. No entanto, o próprio diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, ressaltou nesta segunda-feira que ainda são necessários "novos estudos" para determinar a origem exata do coronavírus.
Em pouco mais de um ano, o Sars-CoV-2, causador da covid-19, já infectou pelo menos 127,3 milhões de pessoas e deixou cerca de 2,8 milhões de mortos.