Williamson continuará a delinear planos para enviar um novo porta-aviões ao Pacífico, investir em novas capacidades cibernéticas e adotar uma abordagem militar mais dura do que a dos últimos anos após o Brexit.
Por Redação, com Reuters - de Londres
O Reino Unido deve estar pronto para usar a força militar para apoiar seus interesses globais depois de sair da União Europeia, dirá o ministro da Defesa britânico, Gavin Williamson, nesta segunda-feira, acrescentando que os limites entre paz e guerra estão ficando nebulosos. Williamson continuará a delinear planos para enviar um novo porta-aviões ao Pacífico, investir em novas capacidades cibernéticas e adotar uma abordagem militar mais dura do que a dos últimos anos após o Brexit. – O Brexit nos levou a um grande momento da nossa história. Um momento em que temos que fortalecer nossa presença global, aprimorar nossa letalidade – dirá Williamson em discurso em Londres. Ele afirmará ainda que os limites entre guerra e paz estão ficando “nebulosos” e que o Reino Unido e seus aliados têm de estar prontos para usar “o poderio duro para apoiar nossos interesses”. O Reino Unido vive sua mais grave crise política desde a Segunda Guerra Mundial, enquanto a primeira-ministra, Theresa May, busca chegar a um acordo de última hora para deixar a União Europeia a semanas da data em que deve encerrar quatro décadas de integração política e econômica com a Europa. O Brexit foi um golpe no Ocidente, que já enfrenta dificuldades para assimilar o poderio da Rússia e da China, assim como o imprevisível governo de Donald Trump nos Estados Unidos. Os defensores do Brexit o elogiam como uma chance do Reino Unido ter um novo papel global. – Podemos construir novas alianças, reavivar antigas e —o mais importante— deixar claro que somos um país que vai agir quando necessário. E uma nação para a qual as pessoas podem se voltar quando estiverem em busca de liderança – dirá Williamson. Ele vai enfatizar ainda os laços militares estreitos entre os EUA e o Reino Unido e ecoará os pedidos de Trump para que os países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) elevem seus gastos com defesa, citando a necessidade de lidar melhor com o que chamará de provocação russa. As relações de Moscou com o Ocidente estão estremecidas por causa de questões como a anexação russa da Crimea, alegações de que o país interferiu na última eleição presidencial norte-americana e de que esteve por trás de um ataque com um agente nervoso no Reino Unido. – Tais ações da Rússia devem vir com um preço – dirá Williamson no discurso, cujos trechos a agência inglesa de notícias Reuters teve acesso.