Rio de Janeiro, 05 de Dezembro de 2025

Rede social X retira ferramenta para denunciar notícias eleitorais falsas

A medida gerou debate às vésperas de um referendo importante na Austrália sobre os direitos de povos indígenas, bem como das eleições presidenciais de 2024 nos EUA.

Quinta, 28 de Setembro de 2023 às 13:49, por: CdB

A medida gerou debate às vésperas de um referendo importante na Austrália sobre os direitos de povos indígenas, bem como das eleições presidenciais de 2024 nos EUA.


Por Redação, com BBC - de São Francisco


A rede social X (antigo Twitter) de Elon Musk desativou uma ferramenta que permitia aos usuários relatar informações erradas sobre eleições, dizem pesquisadores.




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Medida gera debate às vésperas de referendo na Austrália e eleições presidenciais de 2024 nos EUA

Segundo a ONG Reset.Tech Australia, o recurso foi removido nas últimas semanas, com exceção da União Europeia.


A medida gerou debate às vésperas de um referendo importante na Austrália sobre os direitos de povos indígenas, bem como das eleições presidenciais de 2024 nos EUA.


Autoridades australianas dizem que a circulação de desinformação eleitoral é a pior já vista.


A ferramenta, disponível nos EUA, Austrália e Coreia do Sul desde 2021, havia sido expandida para outros países no ano passado.


Em uma carta pública, a Reset.Tech Australia classificou a medida como "extremamente preocupante", já que a Austrália se prepara para realizar o referendo no próximo mês.


"Parece que agora não existe mais canal para reportar desinformação eleitoral em sua plataforma", disse o grupo.


Usuários da rede ainda podem denunciar postagens que considerem odiosas, abusivas ou spam.


A mudança


O primeiro referendo da Austrália em quase um quarto de século acontecerá em 14 de outubro.


A mudança também poderá afetar a capacidade dos eleitores de reportarem informações erradas antes das eleições presidenciais de 2024 nos EUA.


De acordo com a Reset.Tech Australia, o recurso continua disponível para países da União Europeia, onde um estudo recente sugere que a rede X concentra a maior proporção de desinformação entre seis grandes redes sociais.


O estudo da Comissão Europeia examinou mais de 6 mil publicações no Facebook, Instagram, LinkedIn, TikTok, X e YouTube.


O estudo aponta que o X tinha a maior "taxa de descoberta" de desinformação, o que significa as chances de um usuário se depararem com desinformação.


O YouTube teve o valor mais baixo, sugeriu o estudo.


– Minha mensagem para (a plataforma X) é: vocês têm que cumprir a lei. Estaremos observando – alertou a Comissária de Valores e Transparência da UE, Vera Jourova.


Na UE, os gigantes da tecnologia devem cumprir a Lei dos Serviços Digitais da UE (DSA), que se propõe a proteger usuários e impedir interferência eleitoral.


Desde que Musk assumiu o controle do X, ou Twitter, como era então conhecido, no final de 2022, a empresa foi acusada de permitir um aumento do discurso de ódio e da desinformação.


Musk negou isto em entrevista recente à agência britânica de notícias BBC.


Ele argumentou que o recurso "Notas da Comunidade" da plataforma, que permite aos usuários comentar nas postagens para sinalizar conteúdo falso ou enganoso, é a melhor forma de verificar os fatos.


À BBC procurou a rede X para comentar os pontos desta reportagem.



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