Rio de Janeiro, 25 de Junho de 2025

Queda na confiança do consumidor persiste pelo quinto mês consecutivo

Segundo Anna Carolina Gouveia, economista do FGV/Ibre a confiança dos consumidores manteve a tendência de queda, motivada pela piora das expectativas para os próximos meses, com forte redução do indicador de situação financeira futura das famílias.

Sexta, 23 de Fevereiro de 2024 às 18:07, por: CdB

Segundo Anna Carolina Gouveia, economista do FGV/Ibre a confiança dos consumidores manteve a tendência de queda, motivada pela piora das expectativas para os próximos meses, com forte redução do indicador de situação financeira futura das famílias.


Por Redação, com Reuters - de São Paulo

A confiança do consumidor caiu 1,1 ponto percentual em fevereiro ante janeiro, na série com ajuste sazonal, informou nesta sexta-feira a Fundação Getúlio Vargas (FGV). O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) ficou em 89,7 pontos, menor nível desde maio de 2023, quando estava em 89,5 pontos. Em médias móveis trimestrais, o índice diminuiu 0,9 ponto, quinta retração consecutiva.

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O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) voltou a cair, em todos os Estados brasileiros


Segundo Anna Carolina Gouveia, economista do FGV/Ibre a confiança dos consumidores manteve a tendência de queda, motivada pela piora das expectativas para os próximos meses, com forte redução do indicador de situação financeira futura das famílias. Ela destacou que o resultado foi disseminado entre as faixas de renda.

“Apesar da queda gradual dos juros e do nível de endividamento, ambos permanecem elevados e exercendo fortes limitações na situação financeira das famílias, que é refletida na percepção pessimista dos consumidores”, avaliou, em nota oficial. Em fevereiro, o Índice de Situação Atual (ISA) avançou 1,0 ponto, para 78,6 pontos. O Índice de Expectativas (IE) encolheu 2,3 pontos, para 97,9 pontos.

 

Menor nível


Entre os componentes de expectativas para os próximos meses, as perspectivas para as finanças familiares futuras deu a maior contribuição para a queda da confiança no mês ao recuar 8,5 pontos, para 93,2 pontos, menor nível desde novembro de 2022. O item que mede as perspectivas sobre a situação futura da economia caiu 5,4 pontos, para 105,8 pontos. Já o ímpeto de compras de bens de consumo duráveis avançou 7,2 pontos, para 95,0 pontos.

Quanto aos componentes que avaliam o momento atual, o item que mede a satisfação sobre a situação econômica recuou 1,5 ponto, para 89,7 pontos, enquanto a percepção dos consumidores sobre a situação financeira das famílias cresceu 3,5 pontos, para 67,9 pontos.

 

Indicador


A abertura da pesquisa por faixas de renda mostrou piora da confiança nos quatro grupos pesquisados. O índice passou de 83,6 pontos para 80,5 pontos entre as famílias com renda até R$ 2.100, enquanto as famílias com rendimentos entre R$ 2.100,01 até R$ 4.800 tiveram redução de 3,3 pontos na confiança, de 90,0 pontos para 86,7 pontos.

O indicador também encolheu de 93,2 pontos para 92,1 pontos para famílias com renda entre R$ 4.800,01 e R$ 9.600, e caiu de 98,3 pontos para 96,8 pontos no grupo com renda acima de R$ 9.600,01.

— Apesar da queda gradual dos juros e do nível de endividamento, ambos permanecem elevados e exercendo fortes limitações na situação financeira das famílias, que é refletida na percepção pessimista dos consumidores — afirmou Anna Carolina Gouveia, economista da FGV Ibre.

 

Resiliência


Na contramão do sentimento preponderante entre os consumidores, o diretor de Política Econômica do Banco Central (BC), Diogo Guillen, ressaltou nesta sexta-feira que dados indicaram uma atividade resiliente na virada de 2023 para este ano.

Em evento organizado pela Abrasca, Guillen comentou o desempenho da economia no ano passado, destacando que ficou claro que houve um consumo resiliente, mas que o investimento desacelerou.

O IBGE divulgará em 1° de março os dados do PIB do quarto trimestre e de 2023 como um todo.

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