Rio de Janeiro, 21 de Novembro de 2024

Quasar no centro da galáxia brilha trilhões de vezes mais do que o nosso sol, revela ESO

Arquivado em:
Terça, 20 de Fevereiro de 2024 às 13:05, por: CdB

Quasares são fontes de ondas de rádio formadas por uma galáxia ativa, isto é, têm em seus núcleos um buraco negro supermassivo alimentando-se ativamente de muita matéria. O resultado da refeição é a liberação de uma enorme quantidade de radiação, ofuscando a própria galáxia.


Por Redação, com Canaltech - de Bruxelas


Astrônomos encontraram o objeto mais brilhante já visto no universo. Trata-se de um quasar que devora massa equivalente a um Sol por dia, e por isso, o buraco negro em seu núcleo é o de crescimento mais rápido já detectado.




sol.jpg
Quasares são fontes de ondas de rádio formadas por uma galáxia ativa

Quasares são fontes de ondas de rádio formadas por uma galáxia ativa, isto é, têm em seus núcleos um buraco negro supermassivo alimentando-se ativamente de muita matéria. O resultado da refeição é a liberação de uma enorme quantidade de radiação, ofuscando a própria galáxia.


Usando o radiotelescópio Very Large Telescope (VLT) no Cerro Paranal, Chile, os astrônomos encontraram o quasar J0529-4351 a 12 bilhões de anos-luz de distância. Em outras palavras, o objeto tinha essas propriedades menos de 2 bilhões de anos após o Big Bang.


O buraco negro que produz o quasar tem algo entre 17 bilhões e 19 bilhões de vezes a massa do Sol, número que aumenta todos os dias. A cada ano, são cerca de 370 massas solares adicionadas ao disco de acreção que gira em torno desse objeto monstruoso.


Além disso, o J0529-4351 é cerca de 500 bilhões de vezes mais brilhante que o nosso Sol. "Toda esta luz vem de um disco de acreção quente que mede sete anos-luz de diâmetro, este deve ser o maior disco de acreção do Universo", disse Christian Wolf, da Universidade Nacional Australiana (ANU), principal autor do estudo.


Para fins de comparação, o diâmetro desse disco de acreção (a matéria transformada em plasma brilhante que gira em torno dos buracos negros ativos antes de ser devorada) mede quase o dobro da distância entre o Sol e a estrela Proxima Nova. Também podemos pensar nisso como viajar 15 mil vezes do Sol a Netuno.


Este quasar já havia sido detectado na década de 1980, pelo telescópio UK Schmidt, mas as análises o classificaram como apenas uma estrela brilhante. Erros como esse ocorrem porque, por ser muito brilhante, os modelos de aprendizado de máquina usados por astrônomos confundiram o quasar com uma estrela próxima.



Milhares de estrelas


O brilho das milhares de estrelas no centro da Via Láctea foi registrado em uma nova foto do telescópio VLT, do Observatório Europeu do Sul (ESO). O instrumento observou a região Sagittarius C, localizada a 300 anos-luz do buraco negro da nossa galáxia.


Segundo informaçõles do ESO, aquela área é uma das regiões de formação estelar mais intensa na Via Láctea. "Entretanto, os astrônomos descobriram apenas uma parte das estrelas jovens que esperavam ali", ressaltaram.


O que se sabe é que ainda mais das estrelas nascidas devem estar no vasto berçário estelar de Sagittarius C. Por outro lado, as vastas nuvens de gás e poeira bloqueiam a luz das estrelas, impedindo que os astrônomos as vejam. É por isso que a nova foto foi feita com a câmera HAWK-I, especialista no infravermelho.


Como os comprimentos de onda da luz visível (aquela que nossos olhos enxergam) têm quase o mesmo tamanho daquele das partículas de poeira, acabam bloqueados. Já a radiação infravermelha tem comprimentos de onda mais longos, que atravessam tais partículas e, assim, as tornam transparentes para as observações.


O coração da nossa galáxia fica a cerca de 25 mil anos-luz da Terra, ou seja, está próximo o suficiente para permitir estudos individuais das estrelas ali com telescópios como o James Webb.


Em um estudo publicado em janeiro, o astrônomo Francisco Nogueras Lara analisou dados da região obtidos com o VLT, e descobriu que Sagittarius C realmente tem mais estrelas jovens do que outras áreas do centro galáctico. Isso significa que estudar regiões parecidas com esta é uma boa forma de encontrar outras estrelas jovens.




Edições digital e impressa
 
 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo