A cúpula do BRICS, com a participação de mais de 20 líderes, incluindo o presidente da China, Xi Jinping, o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, e o presidente da Turquia, Tayyip Erdogan, mostrou a profundidade das relações da Rússia além do mundo ocidental.
Por Redação, com Reuters – de Moscou
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse aos líderes do BRICS nesta quinta-feira que o Oriente Médio está à beira de uma guerra em grande escala após um aumento acentuado da tensão entre Israel e Irã, embora o chefe do Kremlin também tenha recebido apelos para acabar com a guerra na Ucrânia.
A cúpula do BRICS, com a participação de mais de 20 líderes, incluindo o presidente da China, Xi Jinping, o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, e o presidente da Turquia, Tayyip Erdogan, mostrou a profundidade das relações da Rússia além do mundo ocidental.
Grande parte da discussão na cúpula realizada na cidade russa de Kazan foi dedicada à guerra na Ucrânia e à violência no Oriente Médio, embora não tenha havido nenhum sinal de que algo específico seria feito para acabar com qualquer um dos conflitos.
– O grau de confronto entre Israel e Irã aumentou drasticamente. Tudo isso se assemelha a uma reação em cadeia e coloca todo o Oriente Médio à beira de uma guerra em grande escala – disse Putin, sentado ao lado de Xi Jinping.
Xi, falando depois de Putin, disse que a China quer um acordo político na Ucrânia e sugeriu que os esforços conjuntos de China e Brasil ofereciam a melhor chance de paz.
– Precisamos trabalhar para reduzir a escalada da situação e preparar o caminho para um acordo político – disse Xi.
Sobre o Oriente Médio, Xi disse que deveria haver um cessar-fogo abrangente em Gaza, uma interrupção da propagação da guerra no Líbano e um retorno à solução de dois Estados.
“Chamas da guerra”
O presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, criticou as organizações internacionais, especialmente a Organização das Nações Unidas (ONU), por não conseguirem pôr fim ao conflito.
– As chamas da guerra continuam a se alastrar na Faixa de Gaza e nas cidades do Líbano, e as instituições internacionais, em especial o Conselho de Segurança da ONU, como um motor da paz e da segurança internacionais, não têm a eficácia necessária para apagar o fogo dessa crise – disse Pezeshkian na cúpula do BRICS.
Putin disse que, a menos que os palestinos consigam seu Estado, eles sentirão o fardo da “injustiça histórica” e a região permanecerá em “um clima de crise permanente com inevitáveis recaídas de violência em larga escala”.
Os líderes do BRICS, em sua declaração da cúpula, pediram o estabelecimento de um Estado palestino soberano, independente e viável dentro das fronteiras de 1967. O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas participou da cúpula.