Rio de Janeiro, 22 de Novembro de 2024

Protestos no Irã voltam a crescer e ONU expressa preocupação

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Sexta, 28 de Outubro de 2022 às 10:50, por: CdB

Grupos de direitos humanos disseram que pelo menos 250 manifestantes foram mortos e milhares foram presos em todo o país. Uma dura repressão por parte das forças de segurança, incluindo a temida milícia Basij, que tem um histórico de esmagar a dissidência, não conseguiu aliviar a agitação.

Por Redação, com Reuters - de Teerã

O escritório de direitos humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) expressou nesta sexta-feira preocupação com o tratamento do Irã aos manifestantes detidos e disse que as autoridades se recusaram a liberar alguns dos corpos dos mortos, enquanto manifestantes voltaram a pedir a queda do governo.

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Protestos no Irã voltam a crescer e ONU expressa preocupação com tratamento de detidos

A República Islâmica foi tomada por protestos desde a morte da curda Mahsa Amini, de 22 anos, sob custódia policial no mês passado.

A agitação se transformou em uma revolta popular de iranianos de todas as camadas da sociedade, representando um dos maiores obstáculos à liderança clerical do Irã desde a revolução de 1979.

Vídeos nas redes sociais mostraram manifestantes na cidade de Zahedan, perto da fronteira sudeste do Irã com o Paquistão e o Afeganistão, pedindo nesta sexta-feira a morte do líder supremo "ditador", aiatolá Ali Khamenei, e da milícia Basij, que tem desempenhado um papel importante na repressão às manifestações.

O conselho de segurança da província disse que dissidentes armados provocaram os confrontos, levando à morte de pessoas inocentes, mas admitiu "deficiências" da polícia.

Forças de segurança

Grupos de direitos humanos disseram que pelo menos 250 manifestantes foram mortos e milhares foram presos em todo o país. Uma dura repressão por parte das forças de segurança, incluindo a temida milícia Basij, que tem um histórico de esmagar a dissidência, não conseguiu aliviar a agitação.

– Vimos muitos maus-tratos... mas também assédio às famílias dos manifestantes – disse Ravina Shamdasani, porta-voz do Escritório do Alto Comissariado para os Direitos Humanos, em uma coletiva de imprensa em Genebra, citando várias fontes.

– De particular preocupação são as informações de que as autoridades estão transferindo manifestantes feridos de hospitais para centros de detenção e se recusando a liberar os corpos dos mortos para suas famílias – disse ela.

Shamdasani acrescentou que, em alguns casos, as autoridades estão colocando condições para a liberação dos corpos, pedindo às famílias que não realizem um funeral ou falem com a mídia. Às vezes, os manifestantes detidos também não recebiam tratamento médico, segundo ela.

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