Zelensky também argumentou que não encara a missão pacificadora da ONU como uma alternativa ao envio de um contingente de militares estrangeiros ou que ofereça garantias de segurança ao país.
Por Redação, com ANSA e Reuters – de Kiev
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou nesta sexta-feira que uma missão da Organização das Nações Unidas (ONU) não teria forças para proteger Kiev da Rússia.

– Com todo o respeito, a ONU não nos protegerá de uma invasão ou do desejo de Putin de retornar – disse o mandatário ucraniano, que se encontrou nesta sexta-feira com seu homólogo da República Tcheca, Petr Pavel.
Zelensky também argumentou que não encara a missão pacificadora da ONU como uma alternativa ao envio de um contingente de militares estrangeiros ou que ofereça garantias de segurança ao país.
Segundo fontes familiarizadas com o assunto, o envolvimento da ONU em operações de manutenção da paz em Kiev seria apenas parte do mecanismo previsto para fornecer garantias de segurança aos ucranianos.
Os membros das forças de paz, que deverão ser de países de fora do continente europeu, seriam enviados à zona desmilitarizada para monitorar o cumprimento de uma possível trégua no conflito.
O vice-premiê da Itália e ministro das Relações Exteriores, Antonio Tajani, avaliou que ainda é “prematuro” falar sobre operações de manutenção da paz no leste europeu, mas opinou que as discussões por um cessar-fogo estão “indo na direção certa”.
– Dissemos que não somos a favor de enviar mulheres italianas em missões militares sob as bandeiras da Otan e da União Europeia. A única opção poderia ser a da ONU, mas deve haver uma decisão do Conselho de Segurança – declarou.
Ataque de drone ucraniano a depósito de petróleo
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia disse na quinta-feira que a Ucrânia já havia violado uma proposta de cessar-fogo em instalações de energia na guerra entre os países, ao atacar um depósito de petróleo russo.
A agência de notícias russa TASS informou que a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Maria Zakharova, disse à televisão estatal Canal Um que cabia aos Estados Unidos, que propuseram o cessar-fogo, confrontar a Ucrânia sobre suas ações.
O Kremlin afirmou esta semana que o presidente russo Vladimir Putin concordou, durante uma ligação com seu colega norte-americano, Donald Trump, em observar um cessar-fogo de 30 dias que abarca o setor de energia.
O acordo ficou aquém de uma combinação mais ampla que os EUA buscaram, para uma trégua geral de 30 dias.
Bombeiros no sul da Rússia ainda estavam combatendo um incêndio em um depósito de petróleo, desencadeado por um ataque de drone ucraniano, disseram autoridades regionais no aplicativo de mensagens Telegram.
– Acreditamos que o regime de Kiev já violou o cessar-fogo proposto pelo presidente dos EUA – disse Zakharova na televisão, segundo à agência russa de notícias TASS.
– Agora a questão é, vocês me perdoarão, como Washington vai lidar com essa escória terrorista enlouquecida? Como eles vão colocá-los em seus lugares e colocá-los em algo como o caminho certo?
Autoridades ucranianas também acusaram a Rússia de não alinhar suas ações com suas promessas ao lançar ataques contra alvos civis.
O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky disse na quarta-feira que os ataques russos à infraestrutura, incluindo hospitais e equipamentos ferroviários, mostraram que “as palavras de Putin são muito diferentes da realidade”.
Ucrânia
Em comentários anteriores, Zakharova descreveu o ataque ao depósito de petróleo como uma “provocação” e uma tentativa da Ucrânia de interromper as iniciativas de paz.
Autoridades na região de Krasnodar, no sul da Rússia, disseram que um ataque de drone ucraniano causou um incêndio em um depósito de petróleo perto da vila de Kavkazskaya. O depósito é um terminal ferroviário para suprimentos de petróleo russo para um oleoduto que liga o Cazaquistão ao Mar Negro.
Um comunicado emitido pelas autoridades da região de Krasnodar na noite de quinta-feira informou que os esforços para controlar o incêndio continuavam. As autoridades informaram que 429 bombeiros e 174 equipamentos foram mobilizados para combater o incêndio que abrange uma área de 3.750 m².