Fortemente depreciados por interrupções no fornecimento causadas pelas sanções impostas à Rússia em meados de 2022, bem como pelos cortes prolongados na produção da Opep+, os estoques globais de petróleo mal se recuperaram.
Por Redação, com Bloomberg - de São Paulo
Um impulso para repor estoques de petróleo esgotados, principalmente na China, nos Estados Unidos e na Europa, pode impulsionar a demanda e os preços nos próximos meses, disseram analistas e operadores, à medida que as tensões no Oriente Médio ameaçam as principais rotas de navegação.
Fortemente depreciados por interrupções no fornecimento causadas pelas sanções impostas à Rússia em meados de 2022, bem como pelos cortes prolongados na produção da Opep+, os estoques globais de petróleo mal se recuperaram, com os operadores financeiros incapazes de justificar os custos para armazenar petróleo.
A interrupção do transporte marítimo no Mar Vermelho devido à escalada dos ataques dos rebeldes houthis, alinhados ao Irã, aumentou as preocupações com o fornecimento, estimulando os compradores a recompor os estoques.
Estoques
Na véspera, o Morgan Stanley elevou sua perspectiva trimestral para os preços do petróleo Brent para uma média de US$ 82,50 por barril no primeiro e no segundo trimestres — em comparação com os US$ 80 e US$ 77,50 anteriores —, sugerindo que o banco agora espera um mercado de petróleo apertado este ano.
Consultores da FGE disseram que os dados disponíveis até agora neste ano mostraram uma grande queda contracíclica nos estoques de petróleo e combustível de quase 29 milhões de barris, em comparação com uma média típica de 20 milhões de barris para meses de janeiro de 2015 a 2019.
A Agência Internacional de Energia (AIE) disse que os estoques globais caíram 8,4 milhões de barris em novembro passado — o último mês com dados completos — para o nível mais baixo desde julho de 2022, mas que os dados preliminares de dezembro indicaram um aumento.
Acordo
Ainda no mercado de commodities, a Petrobras anunciou, na véspera, que planeja finalizar um entendimento com a Mubadala Capital, braço de investimentos do fundo soberano de Abu Dhabi, para adquirir uma parte ou a totalidade da refinaria de Mataripe, na Bahia, até o fim deste semestre, disse o CEO da petrolífera, Jean Paul Prates, em sua conta no X (ex-Twitter).
“Acertamos que nossas equipes intensificarão os trabalhos logo após a volta dos feriados de Carnaval com vistas a finalizar a nova configuração societária e operacional ainda neste primeiro semestre de 2024″, escreveu Prates na rede social, após divulgar seu encontro com o vice-CEO do grupo Mubadala, Waleed Al Muhairi.
Além das negociações que visam “recuperar a operação” da refinaria, Prates afirmou que quer ampliar e aprimorar “juntos” o empreendimento de biocombustíveis do grupo no Brasil. A estatal tem negociado com o Mubadala desde o ano passado sobre o destino da instalação — anteriormente conhecida como RLAM e de propriedade da Acelen.