Segundo reportagem, prefeito Sebastião Melo (MDB), a pretexto de “salvar a economia”, foi decisivo para sobrecarregar hospitais e tornar capital gaúcha epicentro da crise no país.
Por Redação, com RBA - de Brasília
Em reportagem publicada no último sábado, “Um colapso previsto: como o surto de covid-19 no Brasil sobrecarregou os hospitais”, o jornal The New York Times destaca que atitudes políticas como a do prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), que falava em “salvar a economia”, levaram as cidades do país a este que é pior momento da pandemia, com falta de leitos, oxigênio e até medicamentos para intubação.
De acordo com os correspondentes do maior jornal do mundo, que foram conferir o colapso em Porto Alegre, e viram de perto os impactos da crise sanitária, a capital gaúcha é atualmente o “coração de uma crise monumental no sistema de saúde” brasileiro. E a postura do município explica o porquê da cidade ter se tornado epicentro do colapso. Há mais de um mês, Porto Alegre tem 100% das UTIs ocupadas com pacientes infectados pelo coronavírus.
Reportagem de Guilheme Oliveira, do Seu Jornal, da TVT, mostra que na segunda-feira, a taxa de ocupação era de 112,5%. Ainda assim, o prefeito vem travando uma batalha jurídica para descumprir as restrições de circulação, decretadas pelo governo estadual.
Finais de semana e feriados
O objetivo de Melo é abrir comércios, bares e restaurantes aos finais de semana e feriados. A Justiça, no entanto, vem mantendo a liminar do Ministério Público.
– Melo vem com o discurso de que sempre cabe mais um, o que não é verdade. A rede (de saúde) está completamente lotada. Ele também justifica para a população que é preciso dar sua vida pela economia. A gente vê a maneira como os nossos governos estão trabalhando a questão da covid – critica o técnico de enfermagem Valdionor Freitas. Entre os empresários, há também aqueles que acreditam que não é o momento de abertura, mas sim do Estado ampliar o alcance de auxílios sociais e econômicos.