Segundo Comissão Eleitoral indiana, mensagens conteriam alegações políticas não verificadas, às vésperas das eleições. Musk protesta, mas obedece. Caso apresenta analogias com disputa entre empresário e STF no Brasil.
Por Redação, com CartaCapital - de Nova Délhi
A plataforma X (ex-Twitter) ocultará na Índia mensagens envolvendo tópicos políticos, obedecendo ordens da Comissão Eleitoral do país, antecipando o pleito geral que se inicia nesta sexta-feira. Segundo o órgão, as postagens em questão incluiriam alegações não verificadas sobre oponentes políticos.
“Em concordância com as ordens, retivemos essas postagens pelo período eleitoral restante”, declarou na véspera a rede social, em comunicado. Apesar disso, a rede social de propriedade do bilionário Elon Musk disse discordar da medida, sustentando que “liberdade de opinião deveria se aplicar a essas postagens e ao discurso político em geral”.
Analogias com a disputa Musk-STF no Brasil
A situação é análoga à ocorrida no Brasil, onde o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o Supremo Tribunal Federal (STF) ordenaram que o X bloqueasse usuários propagadores de desinformação. Musk inicialmente ameaçou ignorar a injunção do STF, mas acabou acatando-a.
O empresário americano tem programado, ainda para abril, um encontro com o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, com o fim de explorar oportunidades de investimento no país asiático.
Críticos acusam Modi de coibir a liberdade de expressão na Índia. Em 2023, um tribunal impôs ao X uma multa de US$ 61 mil (R$ 320 mil) por inicialmente se recusar a eliminar tuítes e contas criticando o governo indiano.
Desde que o nacionalista hindu assumiu o cargo, em 2014, o país caiu 21 lugares no World Press Freedom Index, para a 161ª, de 180 posições. As atuais eleições gerais envolverão cerca de 968 milhões de indianos.