Rio de Janeiro, 05 de Dezembro de 2025

Pesquisa mostra que trabalhadores por aplicativo passam de 1,7 milhão

Estudo revela que o número de trabalhadores por aplicativo cresceu 25,4% em 2024, atingindo quase 1,7 milhão. Entenda os fatores por trás desse aumento.

Sexta, 17 de Outubro de 2025 às 19:36, por: CdB

Nesse período, houve também aumento de participação desses trabalhadores no universo da população ocupada – pessoas com 14 anos ou mais de idade que trabalham. 

Por Redação, com ABr – de São Paulo

O número de pessoas que trabalham por meio de aplicativos cresceu 25,4% em 2024, na comparação com 2022. Nesse intervalo, o contingente de trabalhadores nessa condição passou de 1,3 milhão para quase 1,7 milhão. São 335 mil pessoas a mais. 

Pesquisa mostra que trabalhadores por aplicativo passam de 1,7 milhão | Os trabalhadores por aplicativos têm uma jornada mais longa do que quem é contratado pela CLT
Os trabalhadores por aplicativos têm uma jornada mais longa do que quem é contratado pela CLT

Nesse período, houve também aumento de participação desses trabalhadores no universo da população ocupada – pessoas com 14 anos ou mais de idade que trabalham.  

Em 2022, os trabalhadores por meio de aplicativos eram 1,5% dos 85,6 milhões de ocupados, proporção que alcançou 1,9% dos 88,5 milhões de ocupados em 2024. 

 

Mais renda

Os dados integram o módulo sobre trabalho por meio de plataformas digitais da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgado nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).  De acordo com o analista responsável pela pesquisa, Gustavo Fontes, explicações para esse aumento podem passar pelo fato de esses trabalhadores conseguirem mais renda; além da flexibilidade que a modalidade permite. 

— Essa possibilidade de a pessoa escolher os dias em que vai trabalhar, a jornada de trabalho, o local de trabalho, isso também pode ser um fator — calcula.

O IBGE considerou quatro tipos de aplicativos mais populares, sendo os de transporte a modalidade mais utilizada com aplicativos de transporte particular de passageiros (excluindo táxi): 53,1% dos trabalhadores; aplicativos de entrega de comida, produtos etc.: 29,3%; aplicativos de prestação de serviços gerais ou profissionais: 17,8% e aplicativos de táxi: 13,8%.

 

Consultas

Na categoria serviços profissionais estão casos como designers, tradutores e até telemedicina, quando o médico usa a plataforma digital para captar pacientes e realizar consultas, por exemplo. Do 1,7 milhão de trabalhadores, 72,1% têm a atividade classificada como operador de instalação e máquinas e montadores, que é, segundo o IBGE, a categoria que abrange os motoristas e motociclistas. 

Enquanto na população brasileira ocupada, 44,3% dos trabalhadores são informais, entre os plataformizados, como chama o IBGE, esse percentual salta para 71,1%.   O IBGE considera informal situações como empregados sem carteira assinada e quem trabalha por conta própria, mas sem Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ). 

Os pesquisadores identificaram os seguintes vínculos entre os plataformizados, sendo 86,1% trabalham por conta própria; 6,1% são empregadores; 3,9% são empregados sem carteira assinada e 3,2% são empregados com carteira assinada. Um exemplo de empregador é o dono de um restaurante que vende refeições por meio de aplicativo. 

A proporção dos conta própria entre os plataformizados é três vezes maior que na população ocupada como um todo (28,1%). Em 2024, de todos os ocupados por conta própria, 5,7% trabalhavam por meio de plataformas digitais.

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