Quase metade dos municípios não atingiu a meta de vacinar 95% do público-alvo. Medida pretende controlar surto da doença.
Por Redação, com ACS - de Brasília
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, propôs aos gestores de saúde dos estados e municípios um novo pacto pela vacinação no país. A ideia é conter os surtos de doenças já erradicadas, como o sarampo. O anúncio foi feito na quinta-feira.
Nesse sentido, a pasta orienta que os horários de atendimento dos postos de saúde sejam adaptados à rotina da população. Creches e escolas também devem ser mobilizadas para reforçar e assegurar a vacinação. Há ainda a necessidade de alertar aos pais sobre a responsabilidade de atualizar a caderneta de vacinação das crianças.
Cenário
Segundo dados do Ministério da Saúde, 49% dos municípios não atingiram a meta de vacinar 95% do público-alvo contra a doença. A situação é alarmante sobretudo em cidades do Amazonas, Roraima e Pará, onde o vírus está circulando.
A vacinação é a estratégia mais eficaz para evitar a infecção. As doses são oferecidas gratuitamente nos postos de saúde. É possível encontrar duas modalidades da vacina: a tetravalente e a trivalente, indicadas para os bebês de 15 meses de vida.
Ao longo do ano passado, 10,3 mil casos da doença foram confirmados, 90% deles no Amazonas. Neste ano, três infecções foram detectadas. Agora, além do tratamento, os técnicos do ministério também trabalham para identificar o padrão de circulação do vírus e assim determinar quais são as áreas mais vulneráveis.
Febre amarela
Com as notificações de casos de febre amarela nos estados do Sul e Sudeste do país, o Ministério da Saúde recomenda que os moradores e turistas que vão viajar para esses locais sejam imunizados contra a doença. A estimativa da pasta é de que 50 milhões de pessoas nessas regiões ainda não se vacinaram.
Desde julho do ano passado, já foram confirmados 37 casos de febre amarela no Brasil. A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que os casos recentes em macacos no Paraná podem indicar um novo surto da doença, o que reforça a importância da vacinação.
As doses que protegem contra a enfermidade são encaminhadas todos os meses aos estados. Desde o começo desse ano, 1,1 milhão já foram distribuídas. O Calendário Nacional de Vacinação segue as orientações da OMS e aplica a dose única da vacina, que vale por toda a vida.
Pessoas que vivem nas regiões em risco, assim como os turistas que vão visitá-las, devem procurar os postos de saúde desde que nunca tenham sido imunizadas e possuam entre nove meses e 59 anos. Além de Sul e Sudeste, as regiões Norte, Centro-Oeste, assim como os estados do Maranhão, Bahia, Piauí e Alagoas, já eram áreas em que há a recomendação da vacina. Quem tiver viagem marcada para esses lugares deve se vacinar pelo menos 10 dias antes da partida.