O governo francês voltou a mobilizar, no domingo, 45 mil agentes policiais para lidar com os protestos. Os tumultos duram quase uma semana. O presidente recebe hoje os presidentes do Senado e da Assembleia para tratar da violência nas ruas.
Por Redação, com RTP - de Paris
Um bombeiro de 24 anos morreu no combate a incêndios em veículos na França, informou o ministério do Interior nesta segunda-feira.
O governo francês voltou a mobilizar, no domingo, 45 mil agentes policiais para lidar com os protestos. Os tumultos duram quase uma semana. O presidente recebe hoje os presidentes do Senado e da Assembleia para tratar da violência nas ruas.
Segundo o ministro francês do Interior, o bombeiro morreu quando combatia o incêndio em um veículo na noite de ontem.
– Um jovem do Corpo de Bombeiros de Paris morreu, apesar da resposta rápida de sua equipe – escreveu Gérald Darmanin no Twitter, acrescentando que o incidente ocorreu no “parque de estacionamento subterrâneo”.
Segundo o Ministério do Interior, na última noite foram detidas 157 pessoas. Três policiais ficaram feridos nos confrontos.
Sexta noite de confrontos
O país voltou a registar confrontos na noite passada. Em Lyon, foi preciso usar gás lacrimogêneo para dispersar um grupo de extrema-direita com cerca de uma centena de pessoas.
O presidente Emmanuel Macron deverá se reunir com os presidentes do Senado (câmara alta do Parlamento francês), Gérard Larcher, e da Assembleia Nacional (câmara baixa), Yaël Braun-Pivet.
Nesta terça-feira, Macron vai se reunir também com todos os presidentes de câmaras das cidades afetadas pelos confrontos.
Por outro lado, a primeira-ministra recebe os líderes dos grupos parlamentares.
Ontem, o presidente francês se encontrou à noite com vários ministros para avaliar a situação. Está prevista nova reunião dentro de 48 horas.
Histórico
A França vive quase uma semana de protestos violentos, motivados pela morte de Nahel, baleado terça-feira passada por um policial durante operação de trânsito. O Ministério Público disse que o jovem dirigia na faixa dos ônibus, quando recebeu ordem para parar e não obedeceu.
O governo francês voltou a mobilizar neste domingo 45 mil agentes policiais para conter os protestos. Em cinco noites, 5 mil viaturas foram incendiadas e quase mil edifícios públicos foram vandalizados.
Entre os incidentes registrados está o ataque à residência de Vincent Jeanbrun, presidente da Câmara de L'Haÿ les Roses, uma pequena cidade da região parisiense. O ataque ocorreu na noite de sábado.
Manifestantes arrombaram o portão da casa com um carro em chamas. A mulher e um dos filhos ficaram feridos ao tentar escapar dos agressores.
Jeanbrun denunciou a “tentativa de assassinato indescritível e covarde”. Uma investigação já foi aberta por tentativa de homicídio.
A primeira-ministra francesa, Elisabeth Borne, foi ao local expressar a solidariedade do governo.
Elisabeth garantiu que o governo francês será mobilizado até a retomada da ordem e “não vai deixar passar nenhuma violência" impune.