Rio de Janeiro, 18 de Março de 2025

Nigerinos exigem que soldados franceses saiam de seu país

Os manifestantes teriam marchado da Praça Toumo para a Assembleia Nacional. Eles foram organizados pelo movimento M62, um grupo de ONGs que supostamente se descreve como "pacífico" e comprometido com "a dignidade e a soberania do povo nigerino".

Segunda, 19 de Setembro de 2022 às 10:03, por: CdB

Os manifestantes teriam marchado da Praça Toumo para a Assembleia Nacional. Eles foram organizados pelo movimento M62, um grupo de ONGs que supostamente se descreve como "pacífico" e comprometido com "a dignidade e a soberania do povo nigerino".

Por Redação, com Sputnik - de Moscou

Milhares de tropas francesas estão estacionadas na região africana do Sahel sob o pretexto de combater o terrorismo. No entanto, nos últimos anos a presença francesa tornou-se cada vez mais impopular entre os africanos.

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Manifestantes nigerinos exigem que soldados franceses saiam de seu país

No domingo, os nigerinos encheram as ruas da capital Niamey, para protestar contra as tropas francesas implantadas em seu país.

Os manifestantes teriam marchado da Praça Toumo para a Assembleia Nacional. Eles foram organizados pelo movimento M62, um grupo de ONGs que supostamente se descreve como "pacífico" e comprometido com "a dignidade e a soberania do povo nigerino".

Alguns dos manifestantes carregavam bandeiras russas, enquanto outros seguravam faixas dizendo "Exército francês criminoso – saia" e "O exército colonial de Barkhane deve ir".

– Existem slogans antifranceses porque exigimos a saída imediata da força Barkhane no Níger, que está alienando nossa soberania e desestabilizando o Sahel – disse o coordenador do Movimento M62, Seydou Abdoulaye, à AFP.

'Terroristas'

Há 10 anos que tropas francesas estão localizadas no Mali para implementação da chamada Operação Barkhane, que visa, segundo autoridades francesas, combater o terrorismo no Sahel. Foi somente em agosto deste ano que as tropas francesas deixaram o país, encerrando o processo de retirada iniciado em dezembro de 2021.

"Neste dia, às 13h00, (13h00 GMT), o último destacamento da força Barkhane presente em solo maliano atravessou a fronteira entre o Mali e o Níger", afirmou o Ministério das Forças Armadas francês em um comunicado de imprensa. Ao mesmo tempo, o fim da operação no Mali foi acompanhado pela acusação do Mali de que a França apoiava terroristas dentro do país africano.

No dia 15 de agosto, o ministro das Relações Exteriores do Mali, Abdoulaye Diop, afirmou em uma carta ao Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU) que os franceses invadiram repetidamente o espaço aéreo maliano, usando drones, aeronaves de carga Casa C-295 e Airbus A400M, aeronaves de ataque Mirage 2000 e helicópteros de transporte Chinook.

Interesses

"O governo do Mali tem várias evidências de que essas violações flagrantes do espaço aéreo maliano foram usadas pela França para coletar inteligência em benefício de grupos terroristas que operam no Sahel e lançar armas e munições sobre eles", diz a carta.

Nos últimos meses, várias manifestações antifrancesas ocorreram no Sahel. No dia 14 de maio, jovens nativos do Mali manifestaram-se em apoio ao Exército de seu país, cujos líderes estariam adotando uma estratégia que contrariava os interesses franceses.

No dia seguinte, estudantes no Chade protestaram contra a presença de tropas francesas no país, acusando os franceses de roubar seus recursos naturais e gritando "Chade é livre e França fora".

Soldados do Mali

Depois de retirar seus últimos soldados do Mali, o ministro francês das Forças Armadas, Sébastien Lecornu, disse que, apesar da retirada de suas forças do Mali, a presença da França no Sahel e a "cooperação reforçada com os países da região, por exemplo, o Níger", iriam continuar.

Em abril, os parlamentares nigerianos votaram esmagadoramente a favor de um texto que autoriza o estacionamento de forças estrangeiras no território, em particular francesas, para "combater os terroristas", o que, segundo o ministro das Relações Exteriores do Níger, Hassoumi Massoudou é um apoio essencial.

Por sua vez, as ONGs nigerinas descrevem a presença de soldados estrangeiros como "forças de ocupação", "uma ameaça à soberania do país" e acusam-nos de um "apoio ativo" aos "jihadistas que espalham o terrorismo desde o Mali", informa a AFP.

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