O governo informou que os trabalhos de resgate das pessoas afetadas ou buscas aos desaparecidos continuam sem cessar, mas que há áreas que estão absolutamente isoladas e isso atrasa as operações. Já o número de vítimas subiu para 1.061 nesta segunda-feira, 28 a mais do que no domingo.
Por Redação, com ANSA - de Islamabade
As fortes chuvas que atingem o Paquistão fazem com que "um terço do país esteja debaixo d'água", afirmou a ministra para as Mudanças Climáticas, Sherry Rehman, nesta segunda-feira.
– É uma crise de proporções inimagináveis. É tudo um grande oceano, não há terra seca para poder bombear a água – disse Rehman ao lembrar que os danos, em maior ou menor grau, já são sentidos por 33 milhões de paquistaneses.
O primeiro-ministro do país, Shehbaz Sharif, afirmou que as monções registradas "não têm precedentes nos últimos 30 anos".
Durante uma das visitas que está fazendo as áreas afetadas, Sharif repetiu sua ministra e disse que "há um oceano em tudo que é lugar".
Trabalhos de resgate
O governo informou que os trabalhos de resgate das pessoas afetadas ou buscas aos desaparecidos continuam sem cessar, mas que há áreas que estão absolutamente isoladas e isso atrasa as operações. Já o número de vítimas subiu para 1.061 nesta segunda-feira, 28 a mais do que no domingo.
A ONG humanitária Médicos Sem Fronteiras (MSF) informou que a quantidade de pessoas que precisam de atendimento médico aumenta e que, além dos hospitais que gere nas regiões do Balochistão e de Sindh, as mais afetadas, estão sendo criadas "clínicas móveis para atender aos deslocados internos".
– Até hoje, nossas equipes forneceram apoio ambulatorial a mais de 300 pacientes com diarreia, infecções de vias respiratórias, desnutrição, doenças de pele e também mulheres grávidas. Cerca de 20 pacientes precisaram ser transferidos para o hospital do quartel general distrital de Dera Murad Jamali para tratamento – explicou o chefe da missão do MSF no país, Xu Weibing.
A organização também confirmou que enfrenta "problemas logísticos" para ajudar muitas pessoas por conta "das estradas alagadas que deixaram algumas cidades completamente isoladas".
As monções, de maneira geral, ocorrem entre junho e setembro no país e sempre causam danos. Mas, a situação em 2022 é muito mais grave e em uma área muito mais ampla. Para as autoridades, as fortes chuvas e inundações são um efeito visível das mudanças climáticas no planeta.