A atividade é toda voltada para os pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). Para ter acesso à prática, basta os pacientes terem o encaminhamento interno, dentro dos objetivos terapêuticos do hospital.
Por Redação, com ABr - do Rio de Janeiro
O Dia Mundial de Combate ao Estresse, comemorado nesta quinta-feirea, destaca os cuidados que se deve ter com o bem-estar emocional das pessoas, especialmente durante a pandemia de covid-19. No Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into), no Rio de Janeiro, a preocupação com a saúde emocional dos pacientes é constante. Por isso, desde agosto de 2019, o órgão, vinculado ao Ministério da Saúde, adotou a prática da meditação como aliada na redução dos níveis de estresse e ansiedade, visando à melhoria da qualidade de vida dos pacientes.
Responsável pelo grupo de meditação do Into, o fisioterapeuta Raphael Rezende, disse à Agência Brasil que a meditação tem o objetivo não só de combater o estresse vivido pelos pacientes com problemas ortopédicos, mas também o estresse cotidiano por se viver em uma grande cidade, como o Rio, além dos desafios na reabilitação de doenças.
A atividade da meditação não só reduz o estresse, mas serve para atenuar, em longo prazo, dores físicas, que são um sintoma muito comum de quem tem problemas ou lesões ortopédicas e até depois de cirurgias, disse Rezende. “O primeiro resultado seria a redução das dores. E na temática mais vinculada ao estresse, eu acredito que as pessoas conseguem ter mais confiança, mais tranquilidade, mais recursos para lidar com situações desafiadoras, tanto as relacionadas às questões físicas, quanto as da vida cotidiana, nessa realidade estressante da cidade, que a gente conhece. O retorno da atividade foi muito proveitoso para os pacientes”, assegurou o fisioterapeuta.
Readaptação
As atividades de meditação foram interrompidas de março a agosto do ano passado devido à pandemia, precisaram ser readaptadas, mas já retornaram ao esquema presencial, atendendo às orientações das autoridades sanitárias, com número reduzido de pessoas, espaço adequado e distanciamento de mais de um metro entre os pacientes. As atividades acontecem atualmente uma vez por semana, em grupos de até cinco pessoas por horário. A prática já beneficiou cerca de 60 pessoas. No momento, Raphael Rezende atende 30 pacientes do Into, dos quais alguns já tiveram alta. “Não tem fila para isso”, esclareceu.
A atividade é toda voltada para os pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). Para ter acesso à prática, basta os pacientes terem o encaminhamento interno, dentro dos objetivos terapêuticos do hospital. “Os pacientes aprendem a realizar as atividades de meditação e passam a praticar em casa. É algo fundamental para que eles entrem no dia-a-dia e possam trazer os resultados e benefícios de forma mais consistente”.
Raphael Rezende informou que as principais indicações para a prática da meditação no Into são de casos de pacientes que têm dores crônicas, impactos ou dificuldades no processo de recuperação e reabilitação pós-cirúrgica e impactos emocionais vinculados ao estresse. Nos outros dias de trabalho, ele atende pacientes com fisioterapia motora.
Depoimentos
A paciente Maria das Graças Martins Henain, 67 anos, disse que a meditação passou a fazer parte de sua vida. Ela não falta a nenhuma reunião no Into. “Sei que vou sair renovada, pronta para cumprir minhas tarefas. Faço a meditação há mais de um ano, desde que amputei uma parte da perna, e essa atividade passou a me fortalecer todos os dias”.
Também frequentadora das sessões de meditação há mais de um ano, Sandra Lúcia Bastos, 62 anos, conta que a prática tem sido uma ferramenta importante no alívio das dores causadas pela fibromialgia. “Eu não conseguia ter uma noite de sono tranquilo, devido às fortes dores que sentia. A meditação me trouxe qualidade de vida”, afirmou Sandra.
Para Lucia Regina de Lima, 59 anos, a meditação a ajudou a lidar com as dores após a cirurgia de ombro, e também na vida pessoal. “Eu moro sozinha, e a meditação passou a ser um apoio na minha vida. Não sei o que faria, caso não tivesse acesso a essa atividade. Foi algo transformador para mim”, disse ela.