Rio de Janeiro, 22 de Novembro de 2024

Líbia: Justiça ordena prisão de funcionários suspeitos de má gestão

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Segunda, 25 de Setembro de 2023 às 11:23, por: CdB

As oito pessoas ocupam ou ocuparam cargos de responsabilidade no Departamento de Recursos Hídricos ou no Departamento de Gestão de Barragens da Líbia são suspeitos de “má gestão e negligência”, afirmou em comunicado o Ministério Público.


Por Redação, com RTP - de Derna


O procurador-geral da Líbia, al-Seddik al-Sour, determinou a detenção provisória de oito funcionários líbios no âmbito de uma investigação sobre o rompimento de duas barragens que provocaram inundações em Derna, em 10 de setembro.




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Eles teriam sido negligentes na gestão de barragens que se romperam

As oito pessoas ocupam ou ocuparam cargos de responsabilidade no Departamento de Recursos Hídricos ou no Departamento de Gestão de Barragens da Líbia são suspeitos de “má gestão e negligência”, afirmou em comunicado o Ministério Público (MP).


O MP líbio tinha aberto há uma semana uma investigação sobre a ruptura das duas barragens, construídas na década de 1970, e sobre a atribuição de verbas para a sua manutenção.


O procurador-geral havia informado, em 15 de setembro, que as autoridades “tinham registrado fissuras nas duas barragens em 1998”, mas que nada tinha sido feito para repará-las.



Águas da Líbia


A investigação centrou-se, principalmente, num contrato firmado entre o Departamento de Águas da Líbia e uma empresa turca para a manutenção das duas barragens e no pagamento, em 2014, de "somas desproporcionais" a essa última, "apesar de ter violado os compromissos estipulados no contrato", segundo o comunicado do procurador.


Em estudo realizado em novembro de 2022, o engenheiro e acadêmico líbio Abdel-Wanis Ashour alertou para uma "catástrofe" que ameaçaria Derna se as autoridades não fizessem a manutenção das duas barragens.


O aviso, no entanto, não teve qualquer efeito, apesar de a Líbia, que tem as reservas de petróleo mais abundantes de África, não ter falta de recursos.


No dia 18 de setembro, centenas de habitantes de Derna manifestaram-se para exigir responsabilidade às autoridades do Leste do país, que consideravam responsáveis pela catástrofe.


A passagem da tempestade Daniel, na noite de 10 para 11 de setembro, provocou inundações e o rompimento de duas barragens, no Leste da Líbia. Criou uma onda de água parecida com um ‘tsunami’, que destruiu a cidade de Derna. Mais de 3,8 mil pessoas morreram, segundo o mais recente balanço das autoridades.



A tragédia


Esse número, que inclui apenas os corpos enterrados e registrados pelo Ministério da Saúde, “pode aumentar diariamente”. Os corpos enterrados às pressas pelos habitantes, nos primeiros dias após a tragédia, não foram contabilizados.


Quase duas semanas depois do desastre, prosseguem as buscas para encontrar corpos sob os escombros e também no mar, com a participação de pelo menos nove equipes estrangeiras.


Mais de 43 mil pessoas foram retiradas de suas casas devido às inundações, segundo dados da Organização Internacional para as Migrações (OIM).


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