Um esboço de decreto do Ministério da Defesa datado de 21 de maio, publicado em um portal oficial russo, propôs o ajuste da fronteira ao redor das ilhas russas na parte oriental do Golfo da Finlândia e ao redor de Kaliningrado.
Por Redação, com Reuters – de Moscou
Uma proposta do Ministério da Defesa russo para revisar a fronteira marítima da Rússia no leste do Mar Báltico gerou confusão e preocupação nesta quarta-feira nos membros da Otan Finlândia, Suécia, Lituânia e Estônia.
Um esboço de decreto do Ministério da Defesa datado de 21 de maio, publicado em um portal oficial russo, propôs o ajuste da fronteira ao redor das ilhas russas na parte oriental do Golfo da Finlândia e ao redor de Kaliningrado.
Posteriormente, as três principais agências de notícias da Rússia informaram, citando uma fonte russa não identificada, que a Rússia não tinha planos de alterar a fronteira.
O Kremlin disse que não havia nada de político na proposta do Ministério da Defesa, mas que a Rússia tinha que garantir sua segurança.
Em apresentação oficial, o Ministério da Defesa disse que uma medição soviética da fronteira de 1985 usou cartas náuticas de meados do século XX e, portanto, não correspondia totalmente às coordenadas cartográficas mais modernas.
– Não há nada de político aqui, embora a situação política tenha mudado significativamente desde então (1985) – disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, aos repórteres.
– Você pode ver o nível de confronto, especialmente na região do Báltico.
Ele sugeriu entrar em contato com o Ministério da Defesa, que não respondeu a um pedido de comentário.
Mar Báltico
O esboço do decreto não deixou claro exatamente como a fronteira seria ajustada e se houve alguma consulta a outros Estados adjacentes ao Mar Báltico.
O primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson, disse à agência de notícias TT: “A Rússia não pode decidir unilateralmente sobre novas fronteiras”.
O presidente finlandês, Alexander Stubb, declarou que a Rússia não havia entrado em contato, acrescentando: “A Finlândia age como sempre: com calma e baseada em fatos”.
O ministro das Relações Exteriores da Lituânia, Gabrielius Landsbergis, classificou a proposta como uma “escalada óbvia” contra a aliança militar da Otan liderada pelos EUA e a União Europeia. Ele disse que ela “deve ser recebida com uma resposta adequadamente firme”.
O ministro das Relações Exteriores da Estônia, Margus Tsahkna, afirmou: “À primeira vista, parece ser uma noção absurda”.
Em um comentário enviado por email à agência inglesa de notícias Reuters, ele acrescentou: “Não se pode descartar que o relato seja uma tentativa de semear confusão”.