O suíço, suspenso do futebol por acusações de corrupção, em 2015, afirmou que, antes da escolha dupla das sedes da Copa de 2018 e 2022, era consenso que a primeira seria da Rússia, e a segunda dos Estados Unidos.
Por Redação, com EFE - de Zurique
O ex-presidente da Fifa Joseph Blatter reafirmou, em entrevista publicada nesta terça-feira, que a escolha do Qatar como sede da Copa do Mundo deste ano foi “um erro”, cuja responsabilidade é do ex-presidente da Uefa, Michel Platini.
– Graças aos quatro votos de Platini e sua equipe, a Copa do Mundo foi para o Qatar, ao invés dos Estados Unidos. Essa é a verdade – disse o suíço ao jornal Tribune de Genève.
À publicação, o ex-dirigente garantiu que o emirado localizado no Golfo Pérsico “é um país pequeno demais, para o que é um Mundial, que é grande demais”.
No ano passado, Blatter, em outra entrevista, afirmou que o presidente da França, Nicolas Sarkozy, pressionou Platini para que os votos da Uefa fossem para o Qatar, após uma reunião do chefe de Estado com o príncipe herdeiro qatariano.
– Seis meses depois, o Qatar comprou aviões de combate da França, por US$ 14,6 milhões. Com certeza, era uma questão de dinheiro – disse o ex-presidente da Fifa.
Suspenso do futebol
O suíço, suspenso do futebol por acusações de corrupção, em 2015, afirmou que, antes da escolha dupla das sedes da Copa de 2018 e 2022, era consenso que a primeira seria da Rússia, e a segunda dos Estados Unidos.
– Teria sido um gesto de paz, que os dois adversários políticos desde muito tempo, organizaram um Mundial de forma consecutiva – disse Blatter, na entrevista publicada nesta quarta-feira.
O suíço afirmou não ter se arrependido da escolha da Rússia para a Copa de 2018.
– Foram bons organizadores – avaliou.
Blatter reconheceu a relação ruim com o atual presidente da Fifa, Gianni Infantino, afirmando não entender “que ele vive atualmente no Qatar”.
– Ele não pode ser, ao mesmo tempo, diretor local da organização – disse o ex-dirigente, que afirmou que o compatriota “o evita”.
Além disso, Blatter minimizou as críticas feitas ao Qatar por organizações e países, inclusive, com boicotes.
– Com o primeiro apito inicial de um árbitro, já não falaremos mais de todos esses problemas, apenas de esporte – disse.
Questionado sobre a recente absolvição, junto com a de Platini, no processo de corrupção que custou o cargo de presidente da Fifa, Blatter se disse “aliviado”, pois “sempre soube que era inocente”.
Apesar da decisão, anunciada pelo Tribunal Penal Federal da Suíça, em julho, o caso contra os dirigentes segue, já que o Ministério Público apelou da sentença.