No Brasil está a maior população nipodescendente fora do Japão, estimada em mais de 2 milhões de pessoas, e o país oriental abriga a quinta maior comunidade brasileira no exterior, com cerca de 211 mil habitantes.
Por Redação, com ABr – de Tóquio
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), acompanhado de comitiva composta por ministros e parlamentares, desembarcou nesta segunda-feira no Aeroporto Internacional de Tóquio (Haneda), às 10h02, no horário local (+12 horas em relação ao de Brasília).
“Cheguei a Tóquio para uma visita oficial em celebração aos 130 anos de amizade entre Brasil e Japão. Aqui no Japão, terei encontros com o Imperador Naruhito e o primeiro-ministro, Shigeru Ishiba; além de encontro com empresários e de acompanhar a assinatura de acordos estratégicos em ciência e tecnologia, saúde e educação. Uma parceria histórica que se fortalece rumo a um futuro de inovação, crescimento e novas oportunidades para nossos povos”, publicou o presidente em suas redes sociais.
A visita prossegue até quinta-feira, 27 de março, quando o presidente parte para Hanói, no Vietnã, para a segunda parte da viagem à Ásia. Esta será a quinta visita de Lula ao Japão e a primeira visita de Estado.
Parceria
A última estada de Lula no país asiático foi em maio de 2023, quando da cúpula estendida do G7, grupo que reúne as economias mais industrializadas do mundo. Esta será a quinta vez que o presidente brasileiro visita o país, segundo o Itamaraty.
No Brasil está a maior população nipodescendente fora do Japão, estimada em mais de 2 milhões de pessoas, e o país oriental abriga a quinta maior comunidade brasileira no exterior, com cerca de 211 mil habitantes. Os dois países mantêm Parceria Estratégica e Global que completa uma década em agosto deste ano.
Neste ano, comemoram-se também os 130 anos das relações diplomáticas Brasil–Japão. As relações entre os países foram estabelecidas em 1895, com a assinatura do Tratado de Amizade, Comércio e Navegação.
Estrangeiros
O acordo permitiu abertura recíproca de representações diplomáticas em 1897 e abriu caminho para o início da imigração japonesa, em 1908.
— O Japão é uma grande economia, nosso mais tradicional parceiro na Ásia e é a nona origem de investimentos estrangeiros no Brasil, com um estoque de US$ 35 bilhões de investimentos nos últimos três anos. O objetivo da visita é dar impulso a setores prioritários, além de novos setores na relação — disse a jornalistas o embaixador Eduardo Saboia, secretário de Ásia e Pacífico do Ministério das Relações Exteriores.
Saboia tem a expectativa de avançar na discussão das relações entre Mercosul e Japão.
— Além disso, estamos abertos às questões relacionadas à atração de investimentos. Existe uma complementaridade entre as economias, existem grandes oportunidades para investidores japoneses, que já conhecem o Brasil, para ampliar as parcerias público-privadas — acrescentou.
Indústria
Ao longo das últimas décadas, as relações diplomáticas entre Brasil e Japão têm ganhado novo dinamismo, destacando-se pela expressiva agenda de visitas de alto nível e avanços em iniciativas como a isenção recíproca de vistos para viagens de curta duração anunciada em setembro do ano passado.
— A gente tem como base essa boa relação de vínculos humanos, econômicos, mas queremos avançar. Uma das nossas expectativas é a abertura do mercado japonês para produtos brasileiros, especialmente carne bovina e suína in natura — pontuou o embaixador.
No âmbito econômico-comercial, observa-se elevada complementaridade e acentuado intercâmbio. O Japão, quarta maior economia do mundo, é um dos maiores investidores no Brasil. Os investimentos japoneses são diversificados e incluem setores da indústria como o automotivo, de materiais elétricos e siderurgia.
