País europeu enfrenta terceira onda de covid-19 e pressão em hospitais. Em vigor até pelo menos 7 de abril, confinamento atinge mais de 40 milhões de italianos, que só podem sair de casa por motivos urgentes.
Por Redação, com DW - de Roma
Um ano após o primeiro confinamento total para tentar conter o avanço da pandemia de covid-19, a Itália inicia nesta segunda-feira um terceiro lockdown na maior parte de seu território. A medida afeta mais de 40 milhões de pessoas e foi necessária devido ao aumento de infecções no país europeu e a pressão nos hospitais.
Até ao menos 7 de abril, o governo declarou dez regiões do país, além da província de Trento, como zona vermelha, de alto risco, o que possibilita a implementação de maiores restrições no combate à pandemia. O decreto do gabinete do primeiro-ministro, Mario Draghi, classifica como zona vermelha regiões que registraram uma média de 250 novos casos de covid-19 por 100 mil habitantes em uma semana.
Além da Lombardia, onde fica Milão, e Lazio, cuja capital é Roma, Vêneto e Emilia-Romagna estão entre as regiões classificadas como de alto risco. Habitantes destas localidades só podem deixar suas residências em caso de urgência, como para comprar alimentos, ir ao médico ou trabalho. Os cidadãos também estão proibidos de viajar para fora de suas regiões de origem.
Apenas o comércio essencial pode manter as portas abertas. Bares e restaurantes podem atender com serviço de entrega. Esportes ao ar livre são permitidos apenas individualmente. Escolas foram fechadas, e mais de 7 milhões alunos, o equivalente a 80% do total, voltaram a ter aulas à distância.
Em todo o país, apenas na ilha de Sardenha não há quase nenhuma restrição em vigor. As outras regiões foram classificadas como zona laranja, de médio risco. No feriado de Páscoa, entre 3 e 5 de abril, o lockdown será estendido para toda a Itália. Neste período, as visitas privadas serão limitadas a uma por dia e apenas com duas pessoas de outra residência.
Agravamento da pandemia
Diferentemente do que muitos esperavam, que a chegada de Mario Draghi fosse facilitar a abertura das atividades econômicas –, o novo governo precisa lidar com o agravamento da pandemia, com o país enfrentando uma terceira onda de covid-19.
Entre 8 e 14 março, 155.934 novas infecções foram registradas no país, um aumento de mais de 13,5 mil casos em relação aos registrados na semana anterior. A situação levou ao crescimento do número de internações e tem causado pressão nos hospitais. Cerca de 3 mil pacientes estavam internados neste domingo em Unidades de Terapia Intensiva (UTI), quase 400 a mais do que há sete dias.
A Itália começou a campanha de vacinação no final de dezembro, mas apenas 2 milhões de pessoas, de uma população de 60 milhões, receberam as duas doses da vacina. Cerca de 170 mil vacinas estão sendo administradas por dia, mas a meta é triplicar esse índice em breve. Para isso, o governo prometeu espalhar centros de vacinação, inclusive em academias e estacionamentos.
No total, a Itália registra 3,2 milhões de casos de covid-19 e mais de 102 mil mortes.