A ONU calcula que 2,2 milhões de pessoas, a grande maioria da população de Gaza, estão ameaçadas pela fome; cerco de Israel na região impede a entrega de ajuda humanitária aos palestinos.
Por Redação, com CartaCapital e Brasil de Fato - de Gaza
Soldados israelenses dispararam contra uma multidão de palestinos que se reuniram na Cidade de Gaza para receber ajuda humanitária nesta quinta-feira matando mais de 100 pessoas.
– O número de mortos no massacre da rua Al Rashid (onde os alimentos eram distribuídos) é de 104 mortos e 760 feridos – disse o porta-voz do Ministério da Saúde do Hamas, Ashraf Al Qudra.
Segundo o Ministério da Saúde do Hamas, o balanço é de pelo menos 70 mortos e 280 feridos.
Testemunhas relataram à agência francesa de notícias AFP que viram milhares de pessoas correndo na direção dos caminhões de ajuda humanitária que se aproximavam da rotatória de Nablus, ao oeste da Cidade de Gaza, principal cidade do norte do território.
O Exército israelense afirmou que estava “verificando” os relatos.
População de Gaza
A ONU calcula que 2,2 milhões de pessoas, a grande maioria da população de Gaza, estão ameaçadas pela fome, em particular no norte, onde a destruição, os combates e os saques praticamente impossibilitam a entrega de ajuda humanitária.
Segundo a Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (Unrwa), quase 2,3 mil caminhões de ajuda entraram na Faixa de Gaza em fevereiro, com a média de 82 veículos por dia, 50% a menos que em janeiro.
Antes do início da guerra, em 7 de outubro, quando as necessidades da população eram menos urgentes, a média diária era de 500 caminhões de ajuda na Faixa de Gaza, segundo a ONU.