O confronto entre Estados Unidos e Irã se agravou acentuadamente nas últimas semanas, um ano depois de o governo norte-americano abandonar um acordo firmado entre o Irã e potências europeias.
Por Redação, com Reuters - de Teerã
O Irã seguiu adiante com a ameaça de acelerar sua produção de urânio enriquecido, disse o chefe da agência nuclear da Organização das Nações Unidas (ONU) nesta segunda-feira, abandonando sua linguagem normalmente cautelosa para dizer que teme uma tensão crescente.
O confronto entre Estados Unidos e Irã se agravou acentuadamente nas últimas semanas, um ano depois de o governo norte-americano abandonar um acordo firmado entre o Irã e potências europeias para limitar o programa nuclear iraniano em troca da suspensão de sanções financeiras internacionais.
A Casa Branca intensificou suas sanções no início de maio, ordenando que todos os países e empresas suspendam importações de petróleo iraniano para não serem banidas do sistema financeiro global.
Os EUA também começaram a falar em um confronto militar, deslocando tropas adicionais à região para se contrapor ao que descreve como ameaças iranianas.
O Irã reagiu com uma ameaça de intensificar seu enriquecimento de urânio, dizendo que cabe aos europeus que ainda apoiam o acordo nuclear salvá-lo encontrando modos de garantir que o governo iraniano receba os benefícios econômicos que lhe foram prometidos.
Acordo nuclear
O chefe da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Yukiya Amano, cuja entidade é responsável por monitorar o cumprimento iraniano ao acordo nuclear, disse que agora o Irã está produzindo mais urânio enriquecido do que antes, mas que não está claro quando pode chegar aos limites de estoque estabelecidos pelo pacto.
– Sim, (o) ritmo de produção está aumentando – disse ele em uma coletiva de imprensa quando indagado se a produção de urânio enriquecido acelerou desde o último relatório trimestral da agência, que mostrou que o regime respeitou o acordo nuclear até o dia 20 de maio. Ele não quis dizer qual foi o aumento.
No mês passado, o Irã disse que ainda estava cumprindo o acordo, mas que quadruplicaria sua produção de urânio enriquecido, uma medida que pode violar o pacto se os estoques crescerem demais, e exigiu que os países europeus façam mais para blindá-lo das sanções.
Também nesta segunda-feira, o ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Heiko Maas, tornou-se a autoridade ocidental mais graduada a visitar o Irã desde que uma nova guerra de palavras entre Washington e Teerã irrompeu no mês passado.