Rio de Janeiro, 24 de Dezembro de 2025

Ipsos: credibilidade das Forças Armadas foi detonada por Bolsonaro

O Brasil está entre os países que menos confiam em suas Forças Armadas, quando comparado a outros países. De acordo com a sondagem, apenas 30% dos brasileiros acreditam nos militares. O índice é semelhante ao da Polônia. Só não é mais baixo do que os verificados entre os cidadãos colombianos (29%) e os sul-africanos (28%).

Terça, 09 de Agosto de 2022 às 12:48, por: CdB

O Brasil está entre os países que menos confiam em suas Forças Armadas, quando comparado a outros países. De acordo com a sondagem, apenas 30% dos brasileiros acreditam nos militares. O índice é semelhante ao da Polônia. Só não é mais baixo do que os verificados entre os cidadãos colombianos (29%) e os sul-africanos (28%).

Por Redação - de Brasília
A credibilidade das Forças Armadas no país nunca esteve tão baixa quanto agora, desde a ditadura militar, em meados do século XX. Segundo a edição de 2022 da pesquisa ‘Confiabilidade Global’, do Instituto Ipsos, realizada em 28 países entre maio e junho, os brasileiros passaram a desconfiar de seus militares, com mais intensidade, durante o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL).
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Os militares têm sido motivo de desconfiança e protestos por parte dos brasileiros, quando não se tornam charges como essa do Jota Camelo
O Brasil está entre os países que menos confiam em suas Forças Armadas, quando comparado a outros países. De acordo com a sondagem, apenas 30% dos brasileiros acreditam nos militares. O índice é semelhante ao da Polônia. Só não é mais baixo do que os verificados entre os cidadãos colombianos (29%), os sul-africanos (28%) e os sul-coreanos (25%). A taxa brasileira ficou 11 pontos percentuais abaixo da média global, de 41%. O sentimento de credibilidade também caiu em relação ao ano passado, quando 35% dos brasileiros diziam confiar nos militares.

Políticos

A pesquisa mediu a percepção de cidadãos sobre a confiança relacionada a algumas profissões. Os políticos também não são vistos com bons olhos: 76% dos brasileiros dizem não acreditar neles. Em seguida estão ministros do governo e banqueiros, com 64% e 53%, respectivamente. O próprio candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, nomeou nesta manhã um dos motivos para que a população acredite cada vez menos na classe política. Segundo Lula, o governo Bolsonaro promove a maior distribuição de dinheiro que uma campanha política já fez desde o fim do Império. Para o candidato, é possível que o povo não aceite pacificamente o fim dessas benesses temporárias após o período eleitoral. Lula também criticou a posição de Bolsonaro, que classificou o manifesto capitaneado pela Fiesp em favor da democracia como “cartinha".

Confiança

No outro extremo, 64% dos brasileiros que responderam à pesquisa apontaram os professores como o grupo mais confiável. Depois aparecem os cientistas (61%) e os médicos (59%). O levantamento, online, consultou 21 mil adultos ao redor do mundo entre 27 de maio e 10 de junho, dos quais mil nasceram e moram do Brasil. Foram ouvidos cidadãos de Argentina, Austrália, Bélgica, Canadá, Chile, China, Colômbia, França, Alemanha, Grã-Bretanha, Hungria, Índia, Itália, Japão, Malásia, México, Holanda, Peru, Polônia, Arábia Saudita, África do Sul, Coreia do Sul, Espanha, Suécia, Suíça, Turquia e Estados Unidos.
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