Um grupo de paramilitares invadiu a sede do governo do Haiti, na quarta-feira, e assassinou o presidente Jovenel Moïse, que governava de forma ditatorial e era alvo de manifestações populares de um ano para cá...
Por David Emanuel Coelho
Nação historicamente miserável, vítima de embargos das potências europeias e dos EUA no século 19, o Haiti é hoje o único país do continente americano a não ter iniciado a vacinação contra a covid. Sofreu dezenas de intervenções estrangeiras no século passado e uma no atual. Esta é de especial interesse para nós, brasileiros.
Solução? Os matadores chegaram antes. |
Seria o primeiro emprego ostensivo das Forças Armadas pelo governo petista, uso que se repetiria nas ocupações do Complexo do Alemão (2007 e 2010) e na Maré (2012), além das repressões às manifestações de junho de 2013 e na intervenção na segurança do Rio de Janeiro.
Contudo, tudo começou no Haiti. Ali estavam praticamente todos os generais hoje em destaque no governo Bolsonaro (o primeiro comandante das tropas brasileiras foi o notório general Augusto Heleno, depois substituído).
Para variar, inúmeros crimes foram cometidos pelos militares brasileiros, incluindo estupros, execuções sumárias e banhos de sangue nas favelas haitianas, bem no estilo então característico da atuação das forças de segurança do Rio de Janeiro.
Aqui ou ali? Dá no mesmo. A miséria é sempre igual |
O que devemos reter disto, além da índole assassina da força militar brasileira, é o quanto um governo dito de esquerda ajudou a fomentar o regime bolsonarista e o genocídio ora em curso.
(por David Emanuel Coelho, professor de comunicações, colaborador do blog Náufrago da Utopia.
Direto da Redação é um fórum de debates publicado no Correio do Brasil pelo jornalista Rui Martins.