Os pesquisadores coletaram anualmente dados dos participantes e de seus provedores de saúde, e avaliações de função cognitiva foram conduzidas por profissionais treinados.
Por Redação, com WP – de Washington
Estudo realizado na Austrália e divulgado nesta quinta-feira indica que o hábito de ouvir música, regularmente, está associado a um risco menor de desenvolver demência. No trabalho, publicado inicialmente em outubro, pesquisadores analisaram dados ao longo de uma década envolvendo mais de 10 mil pessoas relativamente saudáveis, com 70 anos ou mais.

Pessoas que ouviam música na maior parte dos dias reduziram seu risco de demência em 39% em comparação com quem não ouvia música regularmente, constatou o estudo. O ASPREE Longitudinal Study of Older Persons acompanhou os participantes para investigar quais fatores estão associados aos riscos de desenvolver várias doenças — e em que medida mudanças no estilo de vida podem fazer diferença.
— Música era uma das áreas em que estávamos interessados — observou Joanne Ryan, chefe da Unidade de Pesquisa em Neuropsiquiatria Biológica e Demência da Escola de Saúde Pública da Universidade Monash e pesquisadora sênior do novo estudo, ao diário norte-americano Washington Post.
Avaliações
Os pesquisadores coletaram anualmente dados dos participantes e de seus provedores de saúde, e avaliações de função cognitiva foram conduzidas por profissionais treinados. Eles descobriram que, dos 10.893 participantes, os 7.030 que disseram ouvir música na maior parte dos dias tiveram a maior queda no risco de demência em comparação com pessoas que não ouviam música com tanta frequência. O estudo não especificou o tipo de música.
— Eles também tiveram um risco menor de apresentar um declínio cognitivo mais geral. E também descobrimos que, nesse período, eles tiveram um desempenho melhor, consistentemente melhor, em tarefas de memória e também em um teste global de função cognitiva — acrescentou Ryan.
Joanne ressalta que esse é um estudo observacional e que a pesquisa não pode determinar se ouvir música causou a redução no risco de declínio cognitivo. Pode haver outros fatores associados ao hábito de ouvir música que expliquem a diferença. Mas ela considerou os resultados marcantes.