Rio de Janeiro, 21 de Novembro de 2024

Guerra na Ucrânia afeta segurança alimentar na África e no Oriente Médio

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Quinta, 17 de Março de 2022 às 06:57, por: CdB

O aumento dos preços dos alimentos e a escassez de culturas resultantes do conflito já se fazem sentir no Oriente Médio e no Norte da África e estão se estendendo aos países mais vulneráveis do mundo, incluindo o Chifre da África, onde as pessoas mais pobres estão em maior risco.

Por Redação, com ABr - de Nova York

O impacto do conflito na Ucrânia já afeta o Oriente Médio e o Norte de África e continuará a se alastrar rapidamente, advertiu nesta quinta-feira o Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (Fida) das Nações Unidas.
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Alerta é do Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrìcola
O aumento dos preços dos alimentos e a escassez de culturas resultantes do conflito já se fazem sentir no Oriente Médio e no Norte da África e estão se estendendo aos países mais vulneráveis do mundo, incluindo o Chifre da África, onde as pessoas mais pobres estão em maior risco, disse a agência da Organização das Nações Unidas (ONU), sediada em Roma, em nota divulgada nesta quinta-feira. "Um quarto das exportações mundiais de trigo é proveniente da Rússia e da Ucrânia" e "40% do trigo e do milho da Ucrânia são destinados ao Oriente Médio e à África, que já se debatem com problemas de fome, e onde a escassez de alimentos ou o aumento dos preços corre o risco de empurrar milhões de pessoas para a pobreza", afirma a agência. A Rússia é também o maior produtor mundial de fertilizantes, e mesmo antes do conflito, os picos de preços no ano passado contribuíram para o aumento nos preços dos alimentos de cerca de 30%. – Estou profundamente preocupado que o conflito violento na Ucrânia, que já é uma catástrofe para os diretamente envolvidos, seja também uma tragédia para as pessoas mais pobres do mundo, que vivem nas zonas rurais, e que não podem absorver os aumentos de preços dos alimentos básicos e dos fertilizantes agrícolas que resultarão das perturbações no comércio global – afirmou o presidente da agência, Gilbert F. Houngbo. – Já estamos assistindo a aumentos de preços e isso pode levar a uma escalada da fome e da pobreza, com graves consequências para a estabilidade global – acrescentou.

Somália

Houngbo observou que na Somália, onde se estima que 3,8 milhões de pessoas já se encontrem em grave insegurança alimentar, os custos de eletricidade e dos transportes dispararam devido ao aumento dos preços dos combustíveis. No Egito, os preços do trigo e do óleo de girassol subiram devido à dependência do país em relação à Rússia e à Ucrânia para 85% do seu abastecimento de trigo e 73% do seu óleo de girassol. No Líbano, 22% das famílias estão em insegurança alimentar, e a escassez de alimentos ou novos aumentos de preços irá exacerbar uma situação já desesperadora. O país importa até 80% do seu trigo da Rússia e da Ucrânia, mas só pode armazenar cerca de um mês de colheita de cada vez, devido à explosão no porto de Beirute em 2020, que destruiu os principais silos de cereais do país.
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