Domingo, 13 de Setembro de 2020 às 09:59, por: CdB
Crivella é alvo de uma pesada investigação sobre seu envolvimento em atos suspeitos, na administração pública, das quais alega total inocência, e tem respondido às matérias jornalísticas divulgadas, em primeira mão, nos veículos de comunicação das Organizações Globo, sempre com outras denúncias contra a família Marinho.
Por Redação - do Rio de Janeiro
Enquanto a Rede Globo de Televisão, uma das mais influentes formadoras de opinião do país, com sede no Jardim Botânico, Zona Sul da Cidade, lidera a divulgação das denúncias contra o prefeito Marcelo Crivella (Republicanos), a resposta obedece um princípio da Física e se volta contra a família do jornalista Roberto Marinho, fundador do grupo de mídia, com a mesma intensidade. Na guerra de versões, se Crivella é corrupto a Globo também o será, caso a denúncia do bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) seja apurada pela Justiça e comprove os ilícitos cometidos por uma neta do clã.
Um dos donos da Globo, o jornalista João Roberto Marinho e o prefeito Crivella se enfrentam em um duelo de versões sobre quem seria corrupto
Crivella é alvo de uma pesada investigação sobre seu envolvimento em atos suspeitos, na administração pública, dos quais alega total inocência. E tem respondido às matérias jornalísticas divulgadas, em primeira mão, nos veículos de comunicação das Organizações Globo, sempre com outras denúncias contra a família Marinho. Dessa vez, o alvo é o apartamento da herdeira Paula Marinho, filha de um dos donos da Globo, João Roberto Marinho, na Avenida Vieira Souto, orla de Ipanema, um dos endereços mais caros do mundo.
O prefeito atribui o desgaste promovido em sua imagem junto ao eleitor, a menos de dois meses para as próximas eleições em que busca a reeleição, ao fato de determinar, ainda em março último, uma investigação sobre a obra no imóvel.
— Na semana passada, eu mandei investigar uma obra num prédio na Vieira Souto. Em 2014, a proprietária filha do dono da Rede Globo, João Roberto Marinho, pediu à Prefeitura para fazer uma reforma e construiu três andares a mais no prédio. Uma obra de 2 mil metros quadrados. Isso recebendo 12 multas da Prefeitura, seis laudos de interdição, ações na Justiça por parte dos moradores, até que a Defesa Civil foi lá e parou aquela obra — disse Crivella.
Obra ilegal
O assunto voltou ao noticiário, neste domingo, depois que os telejornais da emissora repercutiram a denúncia de que o prefeito teria agido, politicamente, para impedir a demolição de uma quadra esportiva construída em terreno público, grilado pelo senador Romário Faria (Pode-RJ) e anexado à sua mansão, na Barra da Tijuca, de acordo com ação civil pública em curso na prefeitura do Rio.
"Eu soube que o RJTV, da Globo, deu a notícia de que houve interferência política na demolição de uma parte da casa do jogador Romário, atual senador da República. Declaro a vocês que não houve interferência, mas chegou ao meu conhecimento algo muito mais sério", respondeu, em nota pública.
"Uma cobertura na Vieira Souto, pertencente à família Marinho. Nesse processo que me veio às mãos, denúncia de que há sim interferência política. Na ocasião, a obra que ali foi feita, acrescentando diversos novos andares, sem autorização da Prefeitura, com diversas multas, inclusive embargo, com reclamação de vizinhos do prédio e do prédio ao lado, a obra foi realizada de maneira completamente ilegal.
"E houve interferência política quando a família Marinho contratou a esposa do governador Cabral, Adriana Ancelmo, e ela conseguiu que o prefeito liberasse uma obra completamente ilegal. Eu entrei na Justiça e pedi que seja demolido. Eles conseguiram uma liminar para que isso não ocorresse.
"Essa, sim, é uma denúncia muito grave, que precisa ser apurada", concluiu.
